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Museumsinsel, a Ilha dos Museus em Berlim

A Museumsinsel (Ilha dos Museus) é formada por um conjunto de 5 museus que somam 100 anos da arquitetura e bem mais ainda de história e arte.

Os museus que formam a Museumsinsel são o Bode-museum, Pergamonmuseum, Neues Museum, Altes Museum e Alte Nationalgalerie. Fica localizada no centro de Berlim, entre os rios Spree e Kupfergraben, próxima à Berliner Dom e à praça Lustgarten.

Ilha dos Museus, Pergamonmuseum e Bode-museum ao fundo

O conjunto extraordinário de museus teve seu início com o rei Frederico Guilherme III, que encomendou a construção do Museu Real, atualmente o Altes Museum, em 1830, com o objetivo de expor ao público geral os tesouros de arte real alemã.

Infelizmente, quase 70% dos prédios dos museus foram destruídos durante a Segunda Guerra Mundial. No final da guerra, as coleções foram divididas entre Berlim Oriental e Ocidental. A reunificação da Alemanha permitiu que as coleções divididas entre os dois lados fossem reunidas novamente.

No final do século 20, um programa de reconstrução e modernização foi projetado para restaurar todos os cinco museus. Também em 1999 a UNESCO incluiu a Museumsinsel na lista do “Patrimônio Cultural da Humanidade“.

Entrada para o Altes Museum na Lustgarten

A Museumsinsel também é citada no livro 1000 Lugares Para Ver Antes de Morrer de Patricia Schultz. A citação não ocorre por acaso, esse pedaço de Berlim é um prato cheio para quem ama antiguidades e artes em geral.

Dá para passar vários dias entre um museu e outro, sem se cansar. Se você é apaixonado por história antiga, assim como eu, não deixe de visitar esses incríveis museus recheados de belas peças gregas, babilônicas e egípcias e outras mais.

No total são mais de 600 mil anos da história da humanidade distribuídos por uma área de quase um quilômetro quadrado. Cada prédio possui uma arquitetura singular e uma entrada individual para os visitantes, porém, há um plano para que os museus arqueológicos sejam conectados uns com os outros. O projeto tem o nome de Caminho Arqueológico.

Alte Nationalgalerie, um museu repleto de pinturas belíssimas representando várias escolas

Esse magnífico complexo de arte, cultura e história não deixa dúvidas da sua grandiosidade e importância para toda a humanidade.

A Alte Nationalgalerie (Antiga Galeria Nacional), reinaugurada em 2001, possui uma das maiores coleções de escultura e pintura do século 19 na Alemanha. É um dos meus museus preferidos.

O Altes Museum (Museu Antigo), restaurado e reaberto em 1966, abriga artefatos antigos gregos e romanos , além de relíquias egípcias, entre elas o belo busto de Nefertiti, que estava nesse museu em ambas as vezes que o visitei. As peças gregas são belíssimas e a coleção egípcia é muito grande. Só a visão do busto da Nefertiti já vale a visita.

O Bode Museum, reaberto em 2006 após quase 10 anos de restauração, possui uma grande coleção de esculturas, uma das maiores coleções numismáticas do mundo e uma seleção de pinturas da Gemäldegalerie.

Bode-museum no canto extremo da Museumsinsel

O Neues Museum foi reaberto em 2009 e abriga uma coleção de peças do período pré-histórico e obras de arte egípcia. Desde outubro de 2009, este museu abriga o busto de Nefertiti juntamente com a coleção de papiros.

O magnífico Pergamonmuseum possui uma grande uma coleção de antiguidades gregas e babilônicas e arte islâmica, entre elas estão o impressionante Portal de Ishtar da Babilônia e o enorme Altar de Pérgamo.

Entre agosto e novembro de 2006, o Museu de Arte Brasileira da Faap em São Paulo foi palco da bela exposição das peças gregas do Pergamonmuseum. O altar de Pérgamo foi lindamente reconstruído. Quem visitou o Museu de Arte Brasileira pôde ver uma parte do acervo do Pergamonmuseum. E o melhor, a entrada era gratuita.

Parabéns para a iniciativa da Faap! As longas filas para entrar com certeza valeram a pena. O povo brasileiro merece ter acesso à cultura e arte.

Dentre os muitos visitantes da exposição, um me chamou a atenção. Ele ficava parado em frente às esculturas enquanto as reproduzia com perfeição em um bloco de papel. Ai, que inveja….

Entrada para o Pergamonmuseum

Os museus abrem pontualmente de terça a domingo das 10 às 18 horas e as quintas das 10 às 22 horas. O ingresso custa 8,00 euros e dá direito a entrar em qualquer um dos museus, o ticket para 3 dias custa 19,00 euros. A entrada é franca no primeiro domingo do mês e também às quintas-feiras.

Além disso, existem áreas com acesso livre, como o salão de estátuas gregas no primeiro andar do Altes Museum. Há descontos para estudantes, aposentados, professores, desempregados e outros mais.

Como dá para notar, o acesso à cultura e história é muito fácil para quem mora em Berlim ou nas imediações. Mesmo pagando integralmente, a entrada nesses museus é realmente barata diante de tanta arte monumental.

Detalhe da entrada da Alte Nationalgalerie

Os museus serão descritos com mais detalhes nos próximos posts. Afinal eles merecem um texto cuidadoso a respeito de cada um, com muitas fotos mostrando suas belas coleções.

Procurando pelo Muro de Berlim

Um dos lugares que eu mais queria conhecer em Berlim era, claro, o Muro de Berlim (Berliner Mauer). No entanto, isso se mostrou uma tarefa nada fácil.

Comecei a procurá-lo tendo em mãos meu mapa pequeno e incompleto, o que na verdade não foi de ajuda alguma. Quando perguntava para as pessoas na rua, cada uma me apontava uma direção diferente. Embora a direção variasse, todos me respondiam com a mesma frase padrão: “Ah, o muro? Ele não existe mais”. Bom, isso o mundo inteiro já sabe.

Um pedaço do muro em uma loja de souvenirs na Unter den Linden

O fato de todas as pessoas negarem a existência do muro, mesmo que ele já tenha caído, me chamou a atenção.

A impressão que me deu é que eles não gostam de tocar no assunto e, por isso, o mesmo acabou sendo abafado. Outro fato que colabora com a minha percepção é que para todas as atrações de Berlim há várias placas indicando a direção, menos para o afamado muro.

Na minha procura pelo Berliner Mauer, acabei conversando com várias pessoas, que de uma forma ou outra tentavam me ajudar, porém sempre afirmando que não havia muro algum.

Uma dessas pessoas foi um senhor já idoso e muito simpático. Ele era italiano e me falou que estava lá apenas para visitar o filho. Se desculpou porque só falava italiano, o que na verdade para mim, soou como um alívio.

Depois de tentar me comunicar com vários alemães que não falavam inglês, empregando a linguagem universal dos gestos, poder conversar com alguém em italiano era, para mim, muito agradável.

Após conversar com o senhor e depois com seu filho que era dono de um restaurante em Berlim, continuei minha procura pelo muro inexistente.

Um dos momentos mais cômicos da minha busca foi quando perguntei para dois rapazes que encontrei na rua. Ambos tinham quase o dobro da minha altura.

Como o esperado, o primeiro deles falou que não existia nenhum muro. Já cansada de ouvir isso respondi “Mas nem um pedaço? Um pedaço pequeno já serve para mim. Eu quero ver só um pedaço”.

Acho que minha resposta pouco educada os fez mudar de idéia. O segundo rapaz resolveu me explicar onde estava o que havia restado do muro. O problema é que, além de quase não falar inglês, ele era gago.

Apesar do cansaço por estar andando o dia todo em Berlim, e mais especificamente agora na parte oriental atrás do muro, nesse momento me deu muita vontade de rir. Entender o que aquele alemão gago me explicava era uma missão quase impossível. Bom, agradeci-os pela ajuda e continuei minha procura pelo muro.

Pedaços do Muro na Potsdamer Platz

Uma senhora muito idosa me parou em uma esquina e começou a conversar comigo. Ela era tão branca que parecia um fantasma. Era baixinha e magrinha e usava um lenço na cabeça deixando escapar somente alguns fios de cabelos tão brancos quanto sua pele. Não entendi uma palavra do que ela me falou. A senhorinha era muito amável e falava sem parar. Novamente a imagem do alemão fechado, que não gosta de conversar, mostrou-se ser não tão verdadeira, afinal outras pessoas também foram bastante tagarelas comigo, como já comentei no post sobre o Brandenburger Tor. Além da senhora ter me chamado para conversar, era ela quem mais falava.

Eu gostaria de ter entendido o que ela me dizia pois poderia ter lhe dado mais atenção. Acho que no fundo ela só queria conversar com alguém, mesmo que essa conversa não passasse de um monólogo. Afinal eu me limitava a apenas ouvir e lhe dizer que não falava alemão (minha frase mais padrão em Berlim: Ich spreche kein Deutsch, as demais palavra que aprendi incluiam as básicas Bom dia, por favor e obrigado, e no caso da Alemanha, lógico que também cerveja: Guten tag, bitte, danke e a melhor de todas, weiss beer ).

A simpática vovó se despediu de mim e eu voltei para minha busca, já que eu estava decidida a não voltar para o albergue antes de encontrar o muro. A essa altura eu já havia me livrado do meu mapa inútil. Ah, que falta fazia um GPS nessa época!

Um garoto de bicicleta me falou que no chão haviam alguns sinais que indicavam onde o muro passava. Decidi seguir os paralelepípedos que discretamente indicavam o local do muro. Porém nem sempre esses paralelepípedos mostravam alguma constância.

Mapa indicando o local onde antes havia o Muro. Fonte: Wikipedia

Encontrei outro rapaz que jogava água na grama de sua casa e lhe perguntei do muro. A cada pergunta que eu fazia ele me respondia que estava calor e se eu não queria um pouco de água! Desisti de continuar a conversa, agradeci e continuei andando, antes que ele acabasse me molhando com a mangueira que acompanhava cada gesto que ele fazia (mais um alemão que fugia a regra, esse gesticulava enquanto falava!).

Foi então que vi um motorista de ônibus de excursão. Ele com certeza saberia onde se localizava o muro. Adivinhem o que ele me respondeu. “O muro não existe mais”. Bom, apesar das poucas palavras do motorista mal humorado, virei a esquina onde estava estacionado o ônibus e finalmente….

Lá estava um pedaço do que antes era a Berliner Mauer no lado oriental.

A essa altura eu estava tão cansada da longa caminhada que meu primeiro pensamento foi: ”Mas que muro feio!!!”

Porém não são apenas o concreto velho e os ferros retorcidos no alto que fazem do Muro um triste espetáculo. Sua história é mais feia do que sua cinzenta aparência.

Um trecho do que antes era o Muro de Berlim no lado oriental

A construção da Berliner Mauer começou em um domingo em 13 de agosto de 1961. Foi motivada pelo desejo da República Democrática da Alemanha de impedir que moradores do lado oriental fugissem do regime soviético indo em direção do lado ocidental ocupado pelos americanos, ingleses e franceses.

O fato de Berlim ser uma cidade controlada metade pelas forças ocidentais e metade pela ocupação soviética gerou uma zona de tensão entre as potências com ideologias tão diferentes. Enquanto isso, mais pessoas fugiam do comunismo adotado do lado oriental, estima-se que 1500 pessoas passaram para o outro lado de Berlim.

Concreto, ferro, minas e guardas para barrarem a liberdade humana

Não demorou muito para que os rumores sobre a construção de um muro que dividiria a cidade se tornassem reais. Em uma operação de apenas 24 horas, as ruas de Berlim foram ocupadas, barricadas de pedras foram erguidas, tanques colocados em pontos estratégicos e os serviços de trem e metro interrompidos. Em apenas 1 dia, o lado ocidental foi completamente separado do lado oriental.

Nesse mesmo dia, os habitantes do lado soviético foram proibidos de passarem para o lado americano, inglês e francês.

A resposta soviética para as críticas internacionais foi que aquele era um muro de proteção anti-facista e que ele havia sido levantado para evitar uma terceira guerra mundial. Estava mais do que instalado o período da Guerra Fria.

Painel no Memorial do Muro mostrando a sua construção

Entre 1961 e 1989, período da existência do Muro, mais de 100.000 cidadãos da República Democrática Alemã tentaram escapar através da fronteira. Estima-se que pelo menos 600 pessoas foram assassinadas durante as tentativas de fuga. Os guardas da fronteira recebiam ordens de atirar para matar em qualquer um que fosse ou ao menos se parecesse com um fugitivo.

As pessoas tentavam fugir pulando das janelas dos prédios localizados na fronteira, por túneis cavados por baixo do muro, desviando dos tiros dos guardas e das minas localizadas entre as paredes do muro ou de quaisquer outras formas que fossem encontradas.

Esquema mostrando como eram as barreiras do Muro por dentro

O Muro por dentro:

1  Parede de concreto
2 Cerca de arame
3 Tiras de controle
4 Projetores
5 Trincheira anti-veículo
6 Fronteira ultraperiféricas da área aberta
7 Patrulha rodoviária da fronteira
8 Cães de patrulha
9 Dispositivo de sinal
10 Torre de observação
11 Cerca elétrica

Números do Muro de Berlim:

O comprimento total da fronteira com Berlim Ocidental: 155 km
Fronteira interna entre Berlim Oriental e Ocidental: 43 km
Fronteira externa entre Berlim Ocidental e Oriental: 112 km
Passagens de fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental: 8
Torres de observação: 302
Cães de patrulha: 259
Trincheiras anti veículos: 105,5 km
Cercas elétricas: 127,5 km
Estradas de patrulha das fronteiras: 124,3 km

Quando a Cortina de Ferro começou a dar sinais de fraqueza, a queda do muro parecia inevitável. Na noite de 09 de novembro de 1989 Gunter Schabowski, Ministro da Propaganda, leu uma nota em uma conferência de imprensa anunciando que as fronteiras seriam abertas para “viagens privadas ao estrangeiro”. Bom, ao que parece ele se esqueceu de dizer a partir de quando as fornteiras seriam abertas.

A notícia se espalhou como fogo e milhares de alemães se dirigiram imediatamente para os postos de controle exigindo passagem. A confusão se estabeleceu no local e os guardas não tiveram outra alternativa senão deixar a multidão passar.

Era o fim do Muro de Berlim!

Berliner Mauer e o Memorial ao fundo, onde há fotos históricas sobre o Muro

Os dias que se seguiram foram repletos de celebrações felizes. Centenas de berlinenses começaram a quebrar e derrubar o triste muro. Este evento histórico foi o primeiro passo para a reunificação da Alemanha, que foi formalmente celebrada em 03 de outubro de 1990.

Comemoração da queda do Muro de Berlim em 1989. Fonte: Wikipedia

Agora que já sei localizar os restos do Muro de Berlim posso dizer onde eles são encontrados.

Existe um pedaço e também um memorial na Bernauer Strasse, em frente ao Neiderkirchnerstrasse, o Parlamento de Berlim. No Memorial do Muro construído há algumas fotos históricas emocionantes. Uma delas mostra pessoas acenando com lenços próximas ao muro para que seus parentes do outro lado soubessem que estavam vivas. Também há uma foto da igreja que foi cortada ao meio para que o muro passasse por ali.

Uma das fotos existentes no Memorial do Muro

Alguns projetos também estão em curso para melhor sinalizar o local por onde o Muro passava. Na Potsdamer Platz há alguns pedaços do muro e no chão há paralelepípedos e placas indicando o local por onde o muro passava.

Placa indicando por onde o Muro passava na Potsdamer Platz
Pulando o Muro de Berlim

Bom, para encerrar esse post, adiciono aqui dois emocionantes vídeos com imagens históricas da queda desse terrível muro levantado. Um muro feito de concreto, ferro, cercas elétricas, minas, cães e guardas que durante 28 anos manteve famílias, amigos, enfim, pessoas de uma mesma nação separadas. Uma terrível consequência de guerra que constituia um ultraje a qualquer direito humano.

Sabendo de toda a infelicidade que o Muro causou para os berlinenses durante longos 28 anos, no final das contas, a melhor resposta que eu poderia ouvir ao perguntar onde estavam os restos do muro era justamente a que eles me davam:

Ah, o Muro? Ele não existe mais!

Mais informações:
http://www.berlin-life.com/berlin/wall
http://www.berlin.de/mauer
http://www.chronik-der-mauer.de

Região do Tiergarten em Berlim

Atravessando o Brandenburger Tor, temos o lindo parque Tiergarten.

Mas… por enquanto vamos deixá-lo para mais adiante. Primeiro vamos virar à direita e caminhar na Ebertstraße até a Scheidemannstraße. Chegamos então na Platz der Republik, onde está a bela e imponente construção conhecida como Reichstag.

O edifício funcionou como parlamento alemão de 1894, quando teve sua construção concluída, até 1933, quando ocorreu um incêndio, destruindo grande parte da Reichstag. Na época não ficou claro quem começou o fogo, mas os comunistas foram os acusados.

Independente de ser a verdade ou não, o fato é que este incêndio acabou dando impulso ao partido de Hitler, NSDAP, que logo chegaria ao poder.

Obviamente, o prédio foi danificado ainda mais no final da guerra, quando os soviéticos entraram em Berlim. A imagem de um soldado do Exército Vermelho levantando a bandeira soviética sobre a Reichstag é uma das mais famosas imagens do século 20, virando o símbolo da derrota da Alemanha.

Bandeira soviética sobre Reichstag. Fonte www.militaryphotos.net

A reconstrução da Reichstag após a Segunda Guerra Mundial se deu entre 1957 e 1972. Depois de remodelada, voltou a ser sede do parlamento.

Reichstag ao final da Segunda Guerra Mundial. Fonte: www.militaryphotos.net

Para mim, o melhor adjetivo para descrever a Reichstag é “Imponente”. A belíssima construção em estilo neo renascentista desenhado por Paul Wallot foi a finalista, escolhida entre nada menos que 183 projetos. Possui 137 metros de comprimento e 97 metros de largura. Em cima há uma cúpula de vidro de onde se tem uma linda vista da cidade, mas prepare-se para enfrentar a longa fila, caso queria subir.

O terraço e a cúpula são acessíveis aos turistas pela entrada oeste. O horário de abertura é das 8:00 até às 24:00, sendo que a última admissão é às 22:00. O restaurante na cúpula de vidro é aberto ao público.

Detalhe do frontão da Reichstag

Na primeira vez em que visitei a Reichstag, assisti a uma apresentação de um grupo cuja música e dança lembrava um pouco o nosso samba. Uma das músicas que eles tocaram inclusive era brasileira.

Ao lado da Reichstag está o Bundeskanzleramt, uma construção moderna que serve como a casa do chanceler alemão. O moderno projeto como um todo é complementado por um sistema de transporte que inclui um túnel rodoviário sob o Tiergarten e uma estação ferroviária subterrânea, a Berlin Hauptbahnhof.

Bundeskanzleramt, uma construção moderna ao lado da Reichstag

Tiergarten

Voltemos agora ao Tiergarten. Esse imenso parque é, sem dúvida, um dos lugares que mais gosto em Berlim. É um lugar excelente para se fazer uma caminhada, andar de bicicleta, como muitos berlinenses, fazer picnic, ou simplesmente deitar na grama verdinha para relaxar, ler um livro, ouvir uma musica, enfim o que der na cabeça.

Tiergarten quer dizer Parque dos Animais. Antigamente esta grande área verde era o local de caça da realeza. Hoje em dia felizmente não há mais essa prática detestável de caça aos bichos, o Tiergarten virou o parque mais conhecido de Berlim.

Devido à sua localização central, o parque é um dos locais favoritos tanto de turistas quanto dos locais. A área total do Tiergarten inclui o Regierungsviertel, a Potsdamer Platz , o Kulturforum e a Diplomatenviertel.

A restauração do parque após a Guerra se deu em 1955 focando em restaurar a vegetação destruída para servir de lenha no período pós guerra. O resultado é um parquet de grande beleza. Ele não é tão imponente quanto o Jardin du Luxembourg ou de Toulerie da França ou como o Vigelandsparken de Oslo, porém ele oferece um local incrível para recreação em geral.

Andar pelos 2,5 Km² (mais de 23 km de caminhos) do Tiergarten sempre nos traz boas surpresas. Podemos encontrar uma trilha simples, porém agradável para caminhar na sombra, podemos ver monumentos históricos ou assistir a uma corrida com milhares de participantes e entrar no clima dos torcedores e dos grupos de apoio que entregam água para os corredores, como aconteceu comigo da última vez em que estive lá.

Algumas surpresas, no entanto, podem ser chocante para alguns. Afinal é comum encontrar vários alemães deitados na grama totalmente nus e bem à vontade aproveitando o sol da tarde.

Monumentos

Memorial ao Soldado Soviético

Andando pelo Tiergarten, um dos primeiros monumentos que vi foi o Sowjetisches Ehrenmal, Memorial ao Soldado Soviético.

Esse é o maior monumento existente no Tiergarten, ele é uma homenagem aos 300.000 soldados soviéticos mortos durante a batalha por Berlim. Foi erigido poucos meses após a tomada da cidade em 1945, sendo financiado por todos os países aliados. No local estão enterradas cerca de 2.500 vítimas soviéticas.

Memorial ao Soldado Soviético no Tiergarten

Embora o memorial estivesse na parte inglesa de Berlim, até o final da Guerra Fria, o monumento era guardado por vários soldados soviéticos. O monumento é bonito, forte e chama a atenção, porém não é o tipo de monumento que aprecio, em virtude fazer referência a fatos de guerra.

No alto da coluna de mármore, retirado da sede do chanceler do Terceiro Reich, está uma estátua de bronze de um soldado soviético. Nas laterais há tanques de guerra e peças de artilharia soviética.

Detalhe do Sowjetisches Ehrenmal

Debaixo do soldado de bronze há uma inscrição em cirílico (alfabeto russo), que diz:

Glória eterna aos heróis que caíram em batalha contra os ocupantes alemães fascistas para a liberdade e independência da União Soviética.”

O braço do soldado está levantando para simbolizar a queda do partido Nacional-Socialista Alemão pelo exército soviético.

Hoje em dia muitos berlinenses não estão satisfeitos com a existência desse memorial na região central de Berlim.

Apesar do desgosto dos cidadãos locais, o Sowjetisches Ehrenmal ainda é o local onde ocorrem as comemorações do Dia do VE 08 de maio, a data formal da derrota da Alemanha Nazista em favor dos Aliados. Também é uma atração turística popular para os visitantes da Rússia.

Monumento Nacional a Bismarck

Continuando nossa caminhada pelo Tiergarten, chegamos a outro monumento que também chama a atenção, um bonito conjunto de estátuas em bronze onde no meio está a figura do primeiro chanceler alemão, Otto von Bismarck, de autoria do escultor Reinhold Begas.

Monumento a Bismarck

Ao redor do chanceler há 4 estátuas: Atlas segurando o mundo em suas costas, Siegfried forjando uma espada, Germania com uma pantera a seus pés e, a que eu acho a mais bonita, uma Sibila reclinada sobre uma esfinge lendo um livro de história.

Sibila lendo calmamente sobre a esfinge

Todas as estátuas fazem referência e glorificam a história do império alemão na época de Bismarck.

Siegfried forjando uma espada

Siegessäule

Mais à frente, no centro do Tiergarten, no meio de uma rotatória chamada de Großer Stern está a Coluna do Triunfo, construída entre 1864 e 1873.O projeto de autoria de Johann Heinrich Strack foi feito para comemorar a vitória das campanhas militares prussiana no século 19.

Siegessäule, a Coluna do Triunfo erguida para comemorar as vitórias prussianas

Acima da coluna de 69 metros tem-se a estátua dourada da deusa Vitória, conhecida como “Golden Else“. A bela escultura possui 8 m de altura e pesa 35 toneladas, foi adicionada mais tarde, depois das vitórias da Prússia contra a Áustria e a França.

A deusa segura uma coroa de flores na mão direita, enquanto na esquerda que ela carrega um cajado. Em seu capacete repousa uma águia.

A deusa Vitória ou Golden Else no alto da Siegessäule

A base é decorada com cenas em baixo relevo de batalhas, enquanto o friso possui um mosaico ilustrando a fundação do Império Alemão em 1871.

No topo da coluna há um terraço panorâmico de onde se tem uma bonita vista de Berlim. Pode-se ver a Reichstag, o Brandenburger Tor e a torre Fernsehturm.

Inicialmente a Coluna do Triunfo ficava em frente à Reichstag, mas em 1938 ela foi movida pelo governo nazista para a sua localização atual.

Curiosamente, hoje em dia a Siegessäule se tornou símbolo da comunidade gay de Berlim.

Como já devem ter percebido, o Tiergarten é um ótimo lugar para visitar, independente do que a pessoa procura em Berlim: história, natureza, esporte, local de descanso. Não importa o que você prefere, o Tiergarten oferece a todos uma ótima opção de lazer, com riqueza de detalhes e beleza exuberante.

Berlim oriental – Brandenburger Tor e Memorial ao Holocausto

Eu estava na Alexander Platz quando decidi visitar o Brandenburger Tor. Devido à distância, tive que pegar um ônibus. Eu não tinha certeza de qual ônibus pegar, assim só me restou perguntar para o motorista se aquele ônibus iria passar pelo portão. O único problema é que o motorista só falava alemão. E como falava…

Repeti várias vezes a palavra Brandenburger Tor, mostrei o nome por escrito no “guia” que eu mesma havia feito, mas nada do motorista ao menos fazer um gesto que indicasse se o ônibus iria ou não na na direção do portão. Ele apenas continuava falando muito e em um ritmo que me fez lembrar daqueles professores no final de uma aula cansativa, sem nenhuma alteração no tom de voz. Isso durou até que uma senhora muito gentil me chamou e confirmou que aquele era o ônibus certo.

De uma certa forma, me chamou atenção o fato que, apesar da visão geral que temos do alemão ser um povo fechado, de poucas palavras, notei que várias, senão todas, as pessoas que eu parava na rua para pedir informação eram bastante falantes. O único problema era quando elas insistiam em falar alemão comigo.

Foram muitas as pessoas que falaram bastante comigo embora eu não entendesse uma palavra. Apesar de eu falar “Ich spreche kein Deutsch” (eu não falo alemão), elas continuavam conversando comigo, algumas até com entusiamo, apontando para monumentos, ruas ou para o terrível mapinha incompleto que eu tinha em mãos. Se não fosse a barreira da língua, aposto que as conversas teriam sido bem mais interessantes.

Beleza e imponência do Brandenburger Tor

Bom, quando desci do ônibus, fiquei encantada com a imponência e beleza do Brandenburger Tor. O portão se localiza na Pariser Platz, onde termina a Unter den Linden e começa a Strasse des 17 Juni.

Ele é o símbolo de Berlim e de um modo geral também de toda a Alemanha. É um dos lugares mais importantes da cidade e não seria exagero dizer que esse magnífico portão está para Berlim assim como o Arco do Triunfo está para Paris.

É aqui que os berlinenses se reúnem para várias comemorações como as de final de ano e para assistir jogos da copa e, é claro, foi aqui que os alemães comemoraram a queda do Muro e a Reunificação da Alemanha.

O imponente portão é citado no livro 1000 Lugares Para Ver Antes de Morrer de Patricia Schultz, provavelmente não apenas por sua beleza, mas também por sua importância histórica.

Vista aérea do Brandenburger Tor e do Muro. Durante a divisão, o portão permaneceu do lado soviético.
Fonte: Wikipedia
O portão e a placa avisando que as pessoas estavam deixando a Berlim Ocidental.
Fonte: Wikipedia

O Brandenburger Tor foi construído em 1791 como um arco triunfal para celebrar a vitória prussiana e, ironicamente, foi chamado de Portão da Paz.

No entanto, durante a Guerra Fria, esse mesmo portão, localizado na divisa entre a Berlim Ocidental e a Berlim Oriental, se tornou símbolo de uma cidade, e também de uma nação, dividida.

Revista feita pelos alemães orientais nas pessoas que cruzariam o portão antes da construção do muro.
Fonte Wikipedia.

O portão monumental foi desenhado em estilo neo clássico por Carl Gotthard e patrocinado pelo imperador Wilhelm II. A inpiração para o Brandenburger Tor foi o portão Propylaea existente na Acrópolis em Atenas. Suas medidas acompanham sua imponência, o portão possui 65,5 metros de largura e 28 metros de altura.

O portão possui colunas dóricas e um friso com esculturas em baixo relevo mostrando cenas da mitologia grega. No alto há uma carruagem de bronze puxada pela deusa Vitória.

Em 1806, durante a ocupação francesa, Napoleão ordenou que a carruagem fosse levada para Paris. A escultura só retornou a Berlim após a Batalha de Waterloo. Foi nessa época que a praça próxima ao portão recebeu o nome Pariser Platz (Praça de Paris).

Carruagem puxada pela deusa Vitória

Atravessar o Brandenburger Tor é algo simples, porém que nos faz pensar bastante sobre os acontecimentos passados que, infelizmente, fazem parte da história do mundo.

Enquanto caminhamos pelas colunas dóricas e passamos pelas esculturas gregas representando Atenas e outros deuses, podemos pensar sobre a loucura de um líder político e até onde ela pode levar uma nação que causou e passou por tanto sofrimento, terminando por ser dividida entre os países aliados e entre regimes político-econômicos tão divergentes.

Estátuas no Brandenburger Tor

Holocaust Denkmal

Estando de frente ao Brandenburger Tor, viramos à esquerda e caminhamos pela Ebertstraße um pouco. Logo chegaremos ao Holocaust Denkmal (Memorial do Holocauto), construído em 2003, na ocasião do 60° aniversário da queda do regime nazista e do final da Segunda Guerra Mundial.

O memorial criado pelo americano Peter Eisenmann é uma homenagem aos 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas entre 1933 e 1945. O Holocaust Denkmal é muito grande, ocupa uma área de 19.000 metros quadrados.

Quando me aproximei do memorial, um policial alemão veio prontamente em minha direção para me explicar o significado dele. Ele se expressava através de um inglês sofrível com um carregado sotaque alemão, porém sua simpatia e vontade de fazer ser compreendido superava qualquer dificuldade na conversação.

O atencioso policial me explicou que o Memorial do Holocausto em Berlim é composto por nada menos que 2.711 lajes de pedra cinzenta sem qualquer tipo de referência como nomes ou datas. Ele me falou para andar por entre as lajes, mas eu lhe respondi que preferia não fazê-lo, pois a disposição das mesmas me deixava um pouco tonta.

O policial me respondeu que era exatamente essa a intenção do arquiteto. As lajes estão dispostas em diferentes tamanhos de uma maneira ondulada. Os caminhos formados entre elas são também ondulados. Esse desnível foi criado para dar uma sensação de instabilidade e falta de fundamento, uma total sensação de desorientação. E era exatamente isso que eu sentia ao olhar o triste memorial.

Eu particularmente não gostei do memorial, principalmente por causa da sensação que ele nos trás e pelo terrível motivo dele ter que existir. Não quis tirar foto, mas o policial insistiu tanto que acabei deixando que ele tirasse uma foto minha em uma das lajes. Antes de me despedir dele, ele me falou de forma sentida que aquela era uma história triste porém era a história do país dele. Depois fez questão de me lembrar que Hitler era austríaco e não alemão.

O mais triste porém é saber que, mesmo depois de tudo isso, a humanidade ainda não aprendeu. O preconceito, origem de tantas desavenças, entre as diferentes raças e nações ainda existe. Mesmo tendo acesso a tantas informações, sejam históricas ou mesmo genéticas, ainda há pessoas que acreditam que uma raça ou nação possa ser superior à outra.

Mesmo dentro do mesmo país, ainda há algumas regiões que se consideram superiores a outras tratando com preconceito pessoas de outros estados, como infelizmente ocorre no Brasil, principalmente em relação às pessoas do norte e nordeste.

O mundo sofreu as consequências das loucuras de Hitler, porém ainda não foi capaz de aprender com essa terrível história.

Caminhando pela Berlim Oriental na bela Unter den Linden

Atravessando a Hackescher Markt, descrita no post anterior de Berlim, e seguindo em frente, logo se chega à Burgstraße, de onde já se avista a bela Berliner Dom, também já mencionada em outro post.

Nessa região, em frente à Berliner Dom, há uma bonita praça chamada Lustgarten, um grande espaço aberto com uma simpática fonte no meio. A praça, cujo nome significa Jardim do Prazer, era anteriormente a horta do palácio de Brandenburger existente no local e que era o centro do reino da Prússia no século 16.

Lustgarten vista do domo da Berliner Dom

O formato atual da Lustgarten, no entanto, é recente, a praça foi remodelada em 1999. O local é usado hoje para paradas, manifestações e local público para diversão. Em uma das ocasiões em que estive lá, assisti um grupo de adolescentes ligando um som portátil para em seguida dançar várias coreografias. Era algo bem ao estilo dos filmes teens da Sessão da Tarde. Se fosse em um shopping seria como um episódio do Glee.

De frente à Lustgarten está o Altes Museum e, logo atrás deste estão os museus Bodemuseum, Alte Nationalgalerie e o Pergamonmuseum. É a Museumsinsel, Ilha do Museu, um complexo formado por estes 4 museus e que será assunto para um próximo post sobre Berlim.

Bom, cruzando a Lustgarten, chega-se na Schlossbrücke, a Ponte do Palácio, construída em 1824. Essa ponte levava ao palácio antes existente na Museumsinsel. Ela é considerada a ponte mais bonita de Berlim, e com razão.

Schlossbrücke, a Ponte do Palácio, que dá acesso à Unter den Linden

Esta bela ponte, construída sobre um trecho do rio Spree, se liga à Unter den Linden. Ela foi projetada pelo principal arquiteto de Berlim na época, Karl Friedrich Schinkel. Ele foi responsável por várias importantes construções e monumentos do início do século 19, incluindo o Altes Museum, a Neue Wache e o Schauspielhaus, todos desenhados em estilo neo-clássico.

O que mais chama a atenção na ponte são as belas estátuas existentes sobre os pilares de granito.

As estátuas foram também desenhadas por Schinkel, usando mármore branco de carrara, e adicionadas na ponte em 1853.

A inspiração para elas foram os deuses e heróis gregos. O conjunto de estátuas mostra a vida de um herói desde sua juventude até a idade adulta, com sua morte no campo de batalha e subida ao Monte Olimpo, morada dos deuses.

Abaixo dos pilares com as estátuas gregas, há uma balaustrada feita em ferro fundido e decorada com criaturas marinhas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as estátuas foram desmontadas e guardadas em um depósito na Berlim Oriental.

Retornaram ao posto original somente em 1981, após um acordo entre os lados ocidental e oriental.

Cruzando a Schlossbrücke, em direção à Lustgarten, a ordem das estátuas é:

1 – A deusa Nike instruindo o jovem heroi;

2 – A deusa Palas Atenas ensina o herói a arte de atirar lanças;

3 – Atenas prepara o guerreiro para sua primeira batalha;

Estátuas gregas na Schlossbrücke. Fonte: A view on cities

4 – Nike coroa o guerreiro.

No lado oposto:

5 – A deusa Nike apóia o guerreiro ferido;

6 – Palas Atena incita o guerreiro para a batalha

7 – A mesma deusa o protege do inimigo;

8 – Iris carrega o herói morto para o Monte Olimpo.

Após a Schlossbrucke chegamos à Unter den Linden, uma avenida linda e muito agradável para caminhar. É sem dúvida um dos lugares que mais gosto em Berlim.

Esta é a avenida mais bonita e também uma das mais importantes da cidade. Ela se estende por 1,5 km desde a ponte Schlossbrucke na Museumsinsel até o Brandenburger Tor na Pariser Platz

Unter den Linden fica no coração da área histórica de Berlim. A avenida foi feita no local onde havia uma trilha de cavalos estabelecida pelo duque Friedrich Wilhelm, conhecido como Grande Elector, no século 16 para chegar ao seu local de caça no Tiergarten.

A trilha foi substituída por uma avenida com árvores de tílias plantadas em 1647, estendendo-se desde o palácio até os portões da cidade. As tílias deram origem ao seu nome: Unter den Linden ou Sob as Tílias, pois quando Friedrich Wilhelm se dirigia para o campo de caça em Tiergarten, sua carruagem ia Sob as Tílias plantadas ao longo do caminho.

Mapa da Unter den Linden. Fonte: Wikipedia

Um século mais tarde Friedrich II expandiu a avenida com a construção de prédios culturais como a ópera e a biblioteca, tornando o lugar ainda mais popular. No século 19, a Unter den Linden já era um dos lugares mais visitados em Berlim, porém no final da Segunda Guerra Mundial, a avenida virou palco de ruínas e escombros.

As famosas tílias foram cortadas e usadas para fazer fogueiras nos últimos dias da guerra.

Início da Unter den Linden com 0 Alte Kommandantur aparecendo ao fundo

A razão para essa avenida ser tão famosa é sem sombra de dúvida as belas construções em estilo barroco e neo-clássico. Também há alguns palácios antigos restaurados após a Segunda Guerra Mundial que são usados hoje como prédios públicos.

Saindo da Schlossbrucke, o primeiro prédio na Unter den Linden à esquerda é o Alte Kommandantur (Antigo Comando). O edifício foi totalmente destruído no final da II Guerra Mundial, mais tarde deu origem ao Ministério de Assuntos Estrangeiros na Alemanha Oriental. Em 2003, o prédio foi reconstruído basendo-se em fotos e relatos de antes da guerra.

Ao lado do Alte Kommandantur se vê a bela construção em estilo neo-clássico do Kronprinzenpalais (Palácio do Príncipe herdeiro). Originalmente construído em 1663, foi remodelado no século 19 para servir como moradia ao príncipe Wilhelm. O palácio também serviu como lugar de exposições sendo vistado regularmente por Albert Einstein.

Em virtude dos estragos causados pelos bombardeios ocorridos na II Guerra Mundial, o Kronprinzenpalais teve que ser reconstruído em 1968, sendo usado como casa de hóspedes para visitantes do estado comunista.

O famoso acordo de reunificação da Alemanha foi feito no palácio em 31 de agosto de 1990. Hoje em dia, o prédio abriga algumas das mais importantes exposições da Alemanha, incluindo algumas polêmicas como a exposição de 2006 que mostrava o retorno dos alemães da Europa Oriental no pós-guerra e que resultou no cancelamento da visita do prefeito de Varsóvia a Berlin.

Em frente ao Alte Kommandantur e o Kronprinzenpalais, do outro lado da avenida, tem-se o lindo prédio em estilo barroco de fachada rosa e imponentes estátuas na frente. É o Zeughaus Deutsches Historisches Museum, construído em 1706 por Friedrich III de Brandenburger.

O prédio funciona como Museu de História Alemã desde 1952. O térreo mostra a história desde 1918 até os dias atuais, o primeiro andar contém coleções que datam do início da história até o século 20, enquanto a parte mais recente abriga exposições temporárias. Entre as peças mais famosas estão 22 esculturas barrocas de máscaras de guerreiros mortos esculpidas por Andreas Schlüter.

Ao lado do Zeughaus, está uma construção menor, porém que chama a atenção. Chegamos agora ao Neue Wache, memorial de Guerra construído em 1816. Este memorial é considerado um dos melhores exemplos da arquitetura neoclássica em Berlim desenhado também por Karl Friedrich Schinkel, o mais famoso arquiteto da Prússia.

O memorial é facilmente reconhecido pelo pórtico dórico existente na frente. Acima há um friso com deuses gregos esculpidos em baixo-relevo exibindo cenas de batalha.

O monumento foi originalmente usado como uma guarita real para as tropas do príncipe da Prússia, mas, após 1931, se transformou em um monumento aos soldados mortos durante a guerra. Após a reunificação o memorial ficou sendo dedicado à todas as vítimas da guerra e da tirania.

No interior do memorial há uma chama eterna e uma placa de granito sobre as cinzas de um soldado desconhecido, um combatente da resistência e um prisioneiro do campo de concentração.

A entrada no mausoléu é gratuita, o horário para visitação é entre 10 e 18 horas.

Continuando nossa caminhada pela Unter den Linden, do lado direito de quem está indo em direção ao Brandenburger Tor, ao lado do Neue Wache, temos a Humboldt Universität, a universidade mais antiga de Berlim.

A construção é mais um exemplo de arquitetura neoclássica desenhada por Schinkel. A universidade foi criada em 1810 e tornou-se um lugar importante de estudo em Berlim. O local atraiu professores famosos, como os filósofos Georg Hegel e Arthur Schopenhauer, os Irmãos Grimm e Albert Einstein. Alguns de seus alunos também foram famosos como Karl Marx and Friedrich Engels.

Na frente da Universidade Humboldt se vê a estátua de Alexander von Humboldt. Alexander e seu irmão Wilhelm ocupavaram diversos cargos no governo. Foi no seu mandato que a Universidade de Berlim, mais tarde renomeada Universidade Humboldt, foi construída para o príncipe Heinrich da Prussia.

Do lado oposto da Unter den Linden se vê o belo prédio da Staatsoper Unter den Linden, a ópera de Berlim, mais um edifício neoclássico, construído em 1743.

Após um incêndio, a ópera foi restaurada em 1843. Depois da Segunda Guerra Mundial, a ópera teve que ser reconstruída entre 1952 e 1955.

A Staatsoper já serviu como palco para peças famosas, sendo que um de seus diretores foi ninguém menos que Richard Strauss.

Logo ao lado da Staatsoper está a Bebelplatz, inicialmente chamada de Opernplatz, Praça da Ópera. A praça foi desenhada por Georg von Wenzeslaus Knobelsdorff com o objetivo de espelhar a grandeza de Roma antiga.

A Bebelplatz ficou mundialmente famosa pois, em 10 de maio de 1933, ela foi palco da queima de livros organizada pela propaganda nazista. O resultado foi a destruição de 25.000 livros escritos por autores considerados inimigos do Terceiro Reich. Entre os livros queimados haviam trabalhos de Thomas Mann, Robert Musil, Lion Feuchtwanger e Karl Marx.

Hoje, um memorial de Micha Ullman constituído por uma placa de vidro inserida entre os paralelepípedos e um fundo que mostra estantes vazias faz referência a esse péssimo evento nazista.

Lá também está escrito “Onde se queimam livros, acabam por queimar pessoas” (Heinrich Heine, 1820). Parece que o poeta autor dessas palavras já estava prevendo o futuro da Alemanha nazista.

Os alunos da Universidade Humboldt realizam uma venda de livros na Bebelplatz todos os anos na data do aniversário do triste evento.

Ainda neste mesmo lado, logo após a Bebelplatz, está a Alte Bibliothek (Biblioteca Antiga em alemão), que faz parte da Humboldt Universität. A biblioteca é chamada pelos berlinenses de Kommode que significa cômoda, devido à sua fachada côncava.

Ao contrário da maioria das construções existentes na Unter den Linden, a Alte Bibliothek possui um estilo barroco, desenhado por Georg Christian. A Antiga Biblioteca foi construída em torno de 1775 para abrigar a coleção da biblioteca real. O prédio agora abriga a Faculdade de Direito da Humboldt Universität.

Nesse ponto, a Unter den Linden se transforma em um bonito boulevard, com muitas árvores dividindo as pistas e fornecendo um agradável lugar para caminhar ou andar de bicicleta, algo muito comum em Berlim, já que suas avenidas planas e a existência de ciclovias por todos os lugares faciliam a vida de quem gosta de andar de bicicleta.

Aliás, em Berlim não há restrições de idade para pedalar pela cidade. É comum ver pessoas mais velhas pedalando pelas ciclovias e parques.

Também há vários bancos para quem quiser descansar um pouco da caminhada feita até agora.

Logo no início do calçadão, se vê a estátua eqüestre do rei prussiano Frederick o Grande, completada em 1851, 20 anos após o desenho do monumento ter sido feito. Essa imponente estátua é conhecida pelos berlinenses como “Alte Fritz”.

Os historiadores dizem que foram precisos aproximadamente 70 anos, 40 artistas e 100 desenhos para chegarem ao modelo final da estátua. Além dos 20 anos de dedicação do criador Christian Daniel Rauch a este único projeto.

Há outros prédios também famosos e igualmente bonitos de serem vistos na Unter den Linden, como Komische Oper, as embaixadas da Rússia e da Hungria e o Adlon Hotel, porém descrevi aqui aqueles que eu mais gostei.

A Unter den Linden termina na Pariser Platz, onde se encontra o magnífico Brandeburger Tor, que pode ser avistado de longe. Esse lindo portão, símbolo de Berlim e da Alemanha como um todo, será descrito no próximo post.

Em resumo, aconselho para quem estiver indo para Berlim que reserve um tempinho para caminhar calmamente pela Unter den Linden e apreciar todos os belos edifícios neoclássicos ou barrocos. São construções que fizeram parte da história da Alemanha e, de algum modo, também da história do mundo.

Hospedagem e transporte em Berlim

Conforme escrevi no post anterior sobre Berlim, a primeira vez que visitei a cidade, cheguei direto de São Paulo no aeroporto Tegel. A segunda vez, cheguei na estação de trem Hauptbahnhof , a principal estação de Berlin, vindo de Copenhague.

O trem que sai de Copenhague vai até Gedse, no litoral da Dinamarca. Em Gedse o trem embarca em um ferryboat para fazer a travessia pelo mar Báltico. Durante a travessia, é necessário sair do trem. Os funcionários passam pelos vagões fazendo com que todos saiam do trem.

Enquanto estiver no ferry, a melhor opção para fazer o tempo passar é subir até os barzinhos e restaurantes. Lá, pode-se comer e beber alguma coisa, e o melhor, pagando em euros, sem a necessidade de trocar de moeda. Isso pode se tornar realmente chato após algum tempo nos países onde o euro não é a moeda oficial.

Enquanto toma uma boa cerveja alemã, dá para apreciar a bela visão do mar Báltico.

Tomando uma Beck's, uma das minhas cervejas alemãs preferidas.

Já em território alemão, é necessário fazer a troca de trem em Hamburgo. O tempo entre a chegada e a saída de Hamburgo vai variar de acordo com o horário de saída de Copenhague, mas em geral não é demorado, o máximo de espera é de cerca de 1 hora.

No site da Eurail tem o Timetable, com os horários dos trens an Europa. Embora esse mesmo Timetable seja entregue para quem comprar o passe de trem, é sempre bom dar uma olhada antes quando estiver planejando a viagem.

Hospedagem

Em Berlin, fiquei hospedada, em ambas as ocasiões, no The Circus Hostel.

Recomendo esse hostel pois ele é bem agradável, com quartos e banheiros bons e boa segurança.

Também é bem localizado e fácil de achar. Fica na Berlin Oriental, o que facilita bastante para quem quer conhecer os monumentos históricos dessa área. Embore se fale muito do lado ocidental por ser mais moderno, eu ainda prefiro o lado oriental. Para mim é mais bonito, com uma história muito forte.

Do albergue dá para conhecer tranquilamente Berliner Dom, Museumsinsel, Under der Liden e outros lugares muito interessantes do lado oriental apenas caminhando.

O café da manhã pode ser comprado no restaurante do albergue, com opções contendo chá (servido em um copo enorme), croissant e muita nutella. Aliás a nutella é à vontade, fica em um pote de vidro no balcão de atendimento, o que faz a alegria dos chocólatras, e eu me incluo aqui.

Hackescher Markt

Quando cheguei pela primeira vez em Berlim, deixei minha bagagem no albergue e sai andando pela cidade, mesmo sem ter um mapa decente. Até então, o mapa que eu tinha era pequeno, incompleto, referente a apenas uma parte de Berlim, o que mais tarde dificultaria bastante minha procura pelo Muro de Berlim (assunto para o próximo post).

Arquitetura típica da parte oriental de Berlim

Fui andando pela Rosenthaler Straße até chegar na Hackescher Markt, uma estação de trem no bairro Mitte. A estação está localizada na linha Stadtbahn Berlim, que atravessa o centro da cidade, de leste a oeste.

A estação foi aberta em 1902 e foi originalmente chamada Bahnhof  Börse, devido à sua proximidade com o prédio da bolsa de valores, e depois, Marx-Engels-Platz durante a época da República Democrática da Alemanha. Em 1992, a estação  recebeu o nome de Hackescher Markt, o mesmo da praça que há em frente.

Foi a primeira estação de trem construída em Berlin e a única, além de Bellevue, que manteve o desenho original, feito por Johannes Vollmer, com mosaicos decorativos e janelas arredondadas, típicos do início do século 20.

Barzinhos que ficam lotados à noite na Hackscher Markt

A região da Hackscher Markt , assim como o Hakesche Hoefe, é muito movimentada à noite. As salas da estação foram convertidas em restaurantes da moda, bares e lojas.

Eu passei várias vezes por esta estação, pois ela fica bem no caminho que leva à Berliner Dom, Museus, Under der Linden e, consequentemente ao Brandeburger Tor.

A Hackscher Markt também é o principal terminal para os bondes que percorrem o lado oriental. Nessa estação é possível pegar o trem que vai até a outra estação de trem de Berlim, a Ostbahnhof, que conecta a cidade com Paris, Frankfurt, Munique, Zurique e Varsóvia.

Bondes ainda andam no lado leste da cidade

O Stadtbahn realiza serviços locais de S-Bahn assim como serviços de longa distância, que não param na estação. Para quem estiver hospedado em uma região mais afastada desse centro, fica mais fácil se locomover utilizando algumas das linhas S-Bahn que passam por lá (linhas S5, S7 e S75).

Se locomover em Berlin é fácil. O símbolo verde S, visto em frente à Hackescher Markt, designa estações de trem, S-Bahn. O nome é uma feliz abreviação de “Stadtschnellbahn” (sistema ferroviário urbano rápido), enquanto U é o símbolo para as estações do metrô: U-Bahn, abreviação de Untergrund-Bahn (sistema subterrâneo). Que bom que existem as abreviações.

O metrô é simples e prático. São ao total 173 estações espalhadas por nove linhas. Os trens passam com estrema exatidão a cada dois a cinco minutos durante o horário de pico, a cada cinco minutos para o resto do dia e a cada dez minutos durante a noite e aos domingos.

Mapa da rede S-bahn e U-bahn, clique para aumentar

Após a divisão da cidade no final da Segunda Guerra Mundial, várias restrições foram impostas para os moradores do lado oriental, sendo que as linhas do metrô que iam para o lado ocidental foram cortadas. Duas linhas ainda permaneceram vindas da Berlim Ocidental, porém não havia parada no lado leste e as estações permaneciam fechadas. Após a reunificação alemã, o sistema voltou a ser totalmente aberto.

Ambos sistemas de trens e metrôs são operados e mantidos pela empresa BVG. No site S-Bahn há um guia contendo as principais atrações de Berlim e as linhas de metrô, trem e ônibus que as conectam. A empresa também oferece passeios de barco ou ônibus que passam nos pontos turísticos de Berlim. A duração e o valor variam conforme a opção escolhida. Em geral os passeios de barco custam entre 8,50 e 17,00 euros, enquanto que o tour de ônibus custa 20,00 euros.

Trem indo em direção à Hackesche Markt passando por trás do Altes Museum

Os bilhetes para o trem ou metrô podem ser comprados nas máquinas existentes na estação. O ticket de ônibus/metro custa 1,20 e 2,20 euros, respectivamente (valores de 2008). O de ônibus vale por 2 horas e é emitido pelo motorista. O bilhete do trem é de acordo com o percurso que se vai fazer, o que poder tornar a escolha do ticket certo um pouco confusa.

Aeroporto Madrid Barajas

Barajas é o maior aeroporto de Madri e um dos principais da Europa, com capacidade para 70 milhões de passageiros por ano. Barajas, cujo nome significa baralho e também um povoado da Espanha, foi inaugurado em 1931 e hoje é o décimo primeiro maior aeroporto do mundo e o quarto da Europa, sendo também a principal conexão entre a Europa e América do Sul e Central.

O aeroporto está localizado a 12 km ao nordeste de Madri, na rodovia A-2 que liga Madri à Barcelona. Possui conexão direta com o metrô (linha 8), extensão de 1.200.000 m2 em terminais, 104 lugares de estacionamento para aeronaves e 21.800 vagas para automóveis disponíveis em sete parques de estacionamento.

 

Só para se ter uma idéia do tráfico em Barajas, somente para Guarulhos, São Paulo são mais de 8 mil vôos por ano (incluindo escalas). No total, anualmente são realizadas 364.746 operações. A rota que une o Aeroporto Madrid Barajas com o Aeroporto de Barcelona é a que possui o maior número de vôos por semana em todo o mundo. São números impressionantes que estão, sem sombra de dúvida, a altura desse magnífico aeroporto.

Quando foi inaugurado em 1931, o Aeroporto de Madri era somente um campo sem pavimento, coberto de mato e com um grande círculo branco no qual se via escrito Madrid em seu interior. Ao longo dos anos foram feitas várias ampliações para atender sua sempre crescente demanda. Em 1991 foi elaborado o Plano Barajas com uma projeção de infraestrutura de até 15 anos.

Atualmente, o aeroporto possui quatro terminais: T1, T2, T3 e T4. Há também um terminal satélite no T4, o T4S. Estes dois terminais são conectados por um trem automático e contínuo (APT), que leva cerca de 4 minutos para completar seu trajeto. Os quatro terminais estão ligados por duas estações de metrô e por um sistema de ônibus gratuito que sai a cada três minutos, 24 horas por dia.

O terminal T1 (portões A e B) é usado para destinos internacionais com companhias aéreas como AirEurope, Air France, Easyjet, Lufthansa, Spanair e outras 30 mais companhias.O terminal T2 (portões C e D) é usado apenas para destinos nacionais e do território Schengen (a maioria dos países europeus). Já o terminal T3 (portões E e F) é usado apenas para a companhia Lagun Air, com 20 portões de embarque (E68 a E82 e F90 a F94, estes últimos destinados exclusivamente a vôos regionais).

O mais recente terminal, T4 (portões H, J e K) é utilizado para todos os vôos da Iberia, das principais companhias aéreas internacionais (American Airlines, British Airways, Avianca, Lan, Japan Airlines, entre outros) e algumas companhias aéreas menos caras, como a Vueling e a Virgin Express. Os voôs procedentes do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo chegam nesse terminal, que possui 76 portões de embarque (H1 a H37, J40 a J59 e K62 a K98). O terminal Satélite T4-S possui 3 áreas. A primeira apenas com saídas Schengen, com 19 portões de embarque. A segunda para saídas internacionais, com 48 portões de embarque (R1 a R18, S20 a S51 e U55 a U74). A terceira área recebe os vôos das chegadas internacionais.

O terminal T4 foi inaugurado em fevereiro de 2006. O projeto recebeu um investimento de 6 milhões de euros para a ampliação de área em 750.000 m²  com capacidade para 35 milhões de passageiros por ano e 120 vôos por hora. Esses números reforçam a importância do Barajas como hub (plataforma giratória de vôos) mundial.

O desenho selecionado pela Aena (Aeropuertos Españoles y Navegación Aérea), órgão responsável pela navegação aérea espanhola, possuía quatro princípios básicos: Integração na paisagem, luz natural, claridade espacial e flexibilidade.

A impressionate arquitetura do Barajas impõe-se pela simplicidade, adaptabilidade, robustez e flexibilidade tendo como objetivo principal passar aos seus usuários sensação de calma, tranqüilidade e leveza. Para isso, foram empregados materiais como o aço (45.000 toneladas) integrado com bambu, que além de ser sustentável, também é um material durável, resistente e sem a necessidade de manutenções frequentes.

Segundo o coordenador do projeto, Carlos Lamela, os aspectos que conferem uma personalidade especial ao projeto são a funcionalidade, luminosidade, orientação ao passageiro e a integração do mesmo na paisagem. As cores mudam conforme a zona de embarque para funcionarem como referências visuais na orientação aos passageiros. Lamela ressalta ainda o aconchego e a claridade da cobertura de madeira laminada de bambu integrada na estrutura de aço e o sistema de iluminação mediante reflexão que, além de ser algo inédito em aeroportos, ainda reduz a dependência de luz artificial e melhora visivelmente a qualidade do espaço.

Todas essas qualidades são visíveis e sentidas até mesmo pelo mais apressando viajante. A luminosidade é percebida em todo o terminal. O ambiente é agradável mesmo quando se aterrisa na madrugada de um dia preguiçoso de inverno, como foi meu caso.

Após a inauguração do terminal T4, Barajas se tornou o maior aeroporto, considerando-se a superfície de seus terminais, e em um dos aeroportos mais modernos e seguros do mundo.

O Aeroporto Madrid Barajas possui três checkrooms abertos 24 horas por dia (T1, T2 e T4), duas farmácias (T1 e T2), três pontos de aluguel de automóveis (T1, T2 e T4), dois centros comerciais (T1 e T4), centro de informação ao turista e caixas eletrônicos em todos os terminais.

Em virtude do seu tamanho, antes de viajar é recomendável saber em que terminal vai aterrisar para evitar deslocações desnecessárias e confusas. Para obter mais informações sobre o terminal necessário para o check-in, dê uma olhada no site da Aena.

Também é importante chegar com muita antecedência no aeroporto, pois alguns portões variam de 7 a 23 minutos para se chegar, além disso, os portões de embarque são anunciados com pouca antecedência da hora de embarque e somente nos painéis. Não há anúncio pelos autofalantes, o que pode leva turistas distraídos a perderem seus vôos, como eu vi acontecer com um turista que embarcaria para Bucareste. Aliás é bem comum ver pessoas correndo entre as esteiras rolantes.

Pela minha experiência é mais fácil fazer o check-in no aeroporto do que fazer conexão com troca de aeronaves. A mudança pode levar um tempo razoavelmente longo e preocupante, onde é necessário pegar elevadores, trem entre os terminais, mais elevadores, várias esteiras rolantes e ainda andar um bocado.

Leve o tempo de conexão entre os vôos em consideração quando for planejar sua viagem.

O balcão de informação da Iberia possui poucos atendentes e está sempre lotado de pessoas em busca de informações.

Transporte para o centro de Madri

As opções de transporte entre o aeroporto de Barajas e a cidade variam entre táxi, metrô e o serviço de transporte.

  • Táxi: há pontos de táxi nos quatro terminais da zona de chegada. O custo aproximado entre o Aeroporto de Barajas e o centro de Madrid (Puerta del Sol, por exemplo) geralmente é em torno de 20,00 € acrescido da taxa do aeroporto de 4,50 €.
  • Não é recomendável pegar táxi com estranhos que às vezes oferecem serviços dentro do aeroporto. A tarifa do táxi é sempre indicada no taxímetro, e é desaconselhável, além de ilegal, fazer um acordo sobre um “preço fechado” com o taxista.

A viagem entre o aeroporto e o centro da cidade pode variar entre 20 e 40 minutos, dependendo do tráfego e da hora do dia. O táxi é um transporte mais confortável entre o aeroporto e o centro da cidade, especialmente para pessoas que viajam com muita bagagem ou não sabem como chegar ao local de destino, porém obviamente é também o mais caro.

Metrô: o aeroporto de Barajas é ligado a Madri pela linha 8 do metrô e por 2 estações: Metro Aeropuerto T1-T2-T3 encontrados no Terminal 2 e Metro Aeropuerto T4 encontrados no Terminal 4.

Pegar o metrô em Madri é barato, eficiente, confortável e rápido (cerca de 30 minutos da Puerta del Sol), porém é desaconselhável a utilização do metrô se estiver com muita bagagem. Nem todas as estações possuem escada rolante e é muito desconfortável subir edescer as várias escadas existentes nas conexões entre as linhas do metrô (são duas conexões até a estação Sol, na Puerta del Sol).

Além disso é  comum encontrar batedores de carteira que operam no metrô de Madri. A preferência dos ladrões são grupos que não falam espanhol e estão distraídos entre si. Fique sempre atento e evite carregar mochilas e bolsas nas costas ou deixar dinheiro, passes, documentos, etc em bolsos de fácil acesso.

O custo de um bilhete único é de 1,00 €. O pacote para 10 viagens custa 7 € e pode ser usado mais de uma vez na mesma catraca, o que é uma boa dica para quem estiver viajando em grupo.

Lembre-se que é necessário pagar o suplemento 1,00 € para entrar ou sair das estações de aeroporto (T1, T2, T3 e T4). O metrô funciona entre 6:00 am até 2:00 am e o bilhete pode ser facilmente comprado nas máquinas existentes nos terminais.

No site Viaje na Viagem do Ricardo Freire tem um passo a passo mostrando como comprar o bilhete.

Serviço de transfer: A empresa AresMobile / Aerocity oferece um serviço de transporte barato e confortável, entre o Aeroporto de Barajas e o destino de interesse em Madri em minivans com motorista para transporte de passageiros em grupos. Existem balcões nos terminais T1 e T2. Os serviços também pode ser contratado no site da empresa.

A Exprés Aeropuerto também oferece transporte entre o aeroporto e a estação Atocha do metro. Outros pontos de parada são a Plaza de Cibeles e O’Donnell. A duração total do trajeto é em torno de 40 minutos em condições normais de trânsito. O custo é de 2,00 € e o ticket pode ser comprado diretamente com o motorista.

Berliner Dom – A catedral de Berlim

O primeiro lugar que visitei em Berlim foi a Berliner Dom, uma catedral belíssima, construída em estilo barroco entre 1894 e 1905. Ela fica localizada na ilha do rio Spree, também conhecida como Ilha Museu. Pode-se avista-la de longe, devido ao seu tamanho generoso.

Na minha opinião é um lugar que deve com certeza ser visitado quando se está em Berlim.

Essa bela catedral existente hoje é na verdade a terceira igreja construída no local.

A primeira igreja foi construída em 1465. O prédio serviu mais tarde de igreja da corte para a família Hohenzollern. Posteriormente, a igreja foi substituída por uma catedral construída entre 1745 e 1747 em estilo barroco, desenhada por Johann Boumann.

Mais tarde para celebrar a união das comunidades luteranas da Prússia, a catedral foi remodelada para um edifício neoclássico entre 1816 e 1822, pelo arquiteto Karl Friedrich Schinkel.

Foto Wikipedia

Por fim o Imperador Guilherme II ordenou que a cúpula da catedral fosse demolida em 1894 e substituída pela atual existente. A catedral resultante tinha uma construção baroca com influência do renascimento italiano.

A igreja modificada por Julius Raschdorff possuía então 114 metros de comprimento e 73 metros de largura. Muito maior do que qualquer um dos edifícios anteriores, a catedral foi considerada uma resposta protestante para a Basílica de São Pedro em Roma.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Berliner Dom foi atingida por uma bomba de que danificou severamente a maior parte da catedral.

Um telhado temporário foi instalado para proteger o que restou do interior.

Apesar de os planos do governo da Alemanha Oriental para demolir o prédio, felizmente em 1975, a igreja foi reconstruída.

A restauração do interior começou em 1984 e em 1993 a catedral foi reaberta. Durante a reconstrução, o desenho original foi modificado para uma forma mais simples.

Fonte: A View on Cities

Se por fora a Berliner Dom é deslumbrante, seu interior consegue suplantar ainda mais as espectativas.

A catedral é ricamente trabalhada com vitrais magníficos emoldurando sua grandiosidade e história. O altar principal data de 1850.

O ticket  custa 5 euros e dá direito a visitar o interior da igreja, o museu na parte superior, o mausoléu e o domo.

Um dos itens mais interessantes do interior  da Berliner Dom é o órgão de tubos , construído por Wilhelm Sauer em 1905.

O magnífico órgão possui mais de 7.000 tubos.

Do alto do domo, tem-se um vista deslumbrante de Berlim. A subida de 270 degraus é compensada não apenas pela vista da cidade mas também por uma visão mais completa do interior da catedral.

Durante a subida, existem alguns lugares para descanso com fotos e um pequeno museu com objetos históricos.

Na cripta da Berliner Dom encontra-se mais de 80 sarcófagos da realeza prussiana. As tumbas mais trabalhadas são de Frederick I e da rainha Sofia.

Sem dúvida, a Berliner Dom é um lugar de oração belo e impressioante que merece ser visitado com calma e respeito.

Berlim em dose dupla

Fui para Berlim duas vezes, em setembro de 2006 (partindo de São Paulo) e em junho de 2008 (vindo de trem de Copenhague).

A primeira visita à Berlim foi também a minha primeira experiência como verdadeira mochileira. Fui sozinha, apenas eu e minha fiel companheira mochilassauro, realizar um sonho que precisou ser postergado por mais de um ano em virtude de um novo emprego e da minha mudança para São Paulo.

Inicialmente, eu não pensava em incluir Berlim no meu roteiro, pois meu real interesse eram Amsterdam, Paris e Londres (mais precisamente Stonehenge). Porém, um amigo, e pessoa que admiro muito, professor da USP me falou que eu deveria adicionar Berlim ao roteiro pré-definido.

Aceitei a sugestão, felizmente.

Berlim foi uma grata surpresa, daquelas que não adianta outras pessoas comentarem, dizendo “sim Berlim é ótima“, você tem que ir para saber e vivenciar a experiência em sua totalidade.

Parafraseando uma amiga que também me incentivou a viajar para a Alemanha: “Berlim é um museu ao vivo”. Por onde se anda, se vê a história e as consequências já bem conhecidas por todos.

Além disso, Berlim é linda. Andar na Unter den Liden ou fazer uma caminhada descontraída no Tiergarten, encantar-se com a Berliner Dom ou percorrer as salas dos museus Altes Museum e Alte Nationalgalerie (dentre outros museus magníficos), procurar pelo Muro ou atravessar o Brandenburg Tor, enfim.. não importa o que turista deseja fazer, Berlim presenteia seus visitantes com muita história e cultura.

No meu primeiro dia na cidade,  deixei minha mochilassauro no hostel e logo sai para andar (muito) pela cidade. Quando me lembrei de que não pensava em passar pela Alemanha quando montei meu roteiro, só pude pensar em uma frase:

“Berlim, prazer em te conhecer”.

Quando retornei à Berlim em 2008, pensei durante o percurso Copenhague-Berlim porque eu estava voltando a uma cidade já conhecida. Me vi perguntando porque não tinha escolhido outra cidade que eu ainda não conhecia para adicionar ao meu mapa.

Quando o trem chegou na estação e, mais tarde, me vi novamente caminhando pela Unter den Liden, me lembrei o porquê.

“Berlim, prazer em te rever.”

A imponente e majestosa catedral de Colônia

Fui parar em Colônia em junho de 2008, enquanto ia de Berlim para Bruxelas. O trem parou em Colônia, da janela avistei a catedral e não deu outra. Sai correndo do trem e fui visita-la, enquanto aguardava o novo trem que partiria para Bruxelas.

A catedral de Colônia (em alemão Kölner Dom) é uma igreja católica de estilo claramente gótico, sendo o marco principal da cidade e seu símbolo não-oficial. É dedicada a São Pedro e à Virgem Maria.

A catedral está incluída na lista de patrimônio histórico da UNESCO, onde é descrita como “trabalho excepcional do gênio criativo humano”. E esse trabalho excepcional é diariamente visitado por cerca de 30 mil pessoas.

A catedral foi construída no local de um templo romano do século IV, um edifício quadrado conhecido como a “mais velha catedral” e administrada por Maternus, o primeiro bispo cristão de Colônia. Uma segunda igreja foi construída no mesmo local, e foi então chamada de “Velha Catedral”, cuja construção foi completada em 818, porém acabou incendiada em 1248.

Com a Segunda Guerra Mundial, a catedral acabou sendo vítima de nada menos que 14 ataques por parte de bombas aéreas. Apesar disso, a Kölner Dom não caiu e permaneceu de pé, aguardando a reconstrução que seria completada somente em 1956.

Até o fim da década de 1990, havia na base da torre noroeste um reparo de emergência feito com tijolos retirados de uma ruína próxima da guerra. Esse reparo mau feito permaneceu visível como uma lembrança da guerra, mas então foi decidido que ele deveria ser reformado para voltar com a aparência original. Que bom, ninguém quer lembranças ruins em um lugar tão excepcional.

A catedral é uma das maiores do mundo e a maior igreja gótica do norte da Europa. Por quatro anos, entre 1880-1884, ela foi a estrutura mais alta do mundo, até a conclusão do Monumento de Washington. Mesmo assim, suas duas torres ainda permanecem como as segundas maiores torres, sendo superada apenas pela torre única da Igreja Ulm Minster, completada 10 anos depois, em 1890, na cidade de mesmo nome Ulm, também na Alemanha.

Devido a suas enorme torres gêmeas, a catedral também apresenta a maior fachada de uma igreja no mundo. O coro, medido entre os pilares, também possui a maior razão entre altura e largura de uma igreja medieval. São medidas que realmente impressionam. A ponto de tirar alguém de seu trem, rs.

Segundo a tradição, no interior da catedral está guardado o relicário de ouro com os restos mortais dos Três Reis Magos Baltazar, Melchior e Gaspar

Fonte:.Wikipédia

Esta catedral foi uma das mais lindas que já visitei. Se por fora ela é exuberante, por dentro ela nos toma o fôlego. São tantos detalhes e tamanha grandiosidade da construção, que fica difícil decidir para onde olhar primeiro.

Bom, na minha opinião, as catedrais góticas são sempre as mais bonitas. Esse estilo envolto em mistérios nos leva à Idade Média e nos remete toda a áurea de uma época em que a arte só era possível se utilizada para fins religiosos. Uma vez que pintura e escultura não eram muito incentivadas pela classe sacerdotal nessa época, restou mesmo aos grandes artistas dedicarem seu tempo e criatividade para construírem templos tão belos como a catedral de Colônia. Um magnífico exemplo de até onde a criatividade humana, quando usada para o bem, pode levar.

Infelizmente não tirei fotos de seu interior, pois a bateria da minha máquina tinha acabado. E o motivo disso foram dois suecos infelizes que roubaram minha mochila, enquanto eu ajudava minha mãe a subir no trem. O carregador da bateria estava obviamente dentro da mochila para que eu pudesse carregar dentro do trem.

As fotos do interior da catedral foram retiradas do site Sacred Destinations. Um ótimo site por sinal, lá tem fotos (muitas fotos!) de alguns destinos sacros ou históricos no mundo. O site não faz menção ao Brasil, mas vale a pena dar uma olhada.

A catedral é aberta ao público de maio a outubro da 6:00 as 21:00 e de novembro a abril das 6:00 as 19:30. Durante a missa não é permitida a visitação.

É possível subir na torre entre 9:00 e 17:00 horas. O ticket custa 2,50 Euros. A entrada fica do lado de fora da catedral, próxima à entrada principal, no lado direito. Dá para ouvir o sino tocar, mas nesse caso é necessário o uso de protetor auricular.

A câmara do tesouro fica aberta diariamente entre 10:00 e 18:00. O custo do ingresso é 4,00 euros. Dá para comprar um ingresso combinado para ver o Tesouro e a Torre. Nesse caso sai mais barato, 5,00 euros.

A pequena sereia em Copenhague e região

Den Lille Havfrue (A Pequena Sereia) é um símbolo de Copenhagen, se localiza próximo ao mar, sobre algumas  pedras, em Langelinje. A estátua foi presente de Carl Jacobsen,  filho do fundador da famosa cervejaria Caslberg, para a cidade em 1913. Foi esculpida pelo, até então pouco conhecido, Edvard Erichsen. A idéia da escultura fazia parte da tendência na época de usar figuras clássicas e históricas para decorar os parques e áreas públicas em Copenhague.

A história da estátua é interessante. Em 1909, Carl Jacobsen assistiu ao solo da bailarina Ellen Price na peça A Pequena Sereia no Teatro Real. Ele ficou tão fascinado que a convidou para posar para a estátua. Ela concordou inicialmente, porém desistiu da idéia devido ao fato de ter que posar nua para uma escultura que se tornaria tão pública. Assim, a mulher do escultor Edvard Erichsen foi quem posou para o corpo.

A história:

A Pequena Sereia, escrita por Hans Christian Andersen, conta a história de uma jovem sereia que se apaixonou por um príncipe. Desde então, ela sempre vinha até a superfície da água para porcurar por ele. A história não tem um final feliz, a sereia procura uma feiticeira que pede sua voz em troca das novas pernas que daria. Além de perder a voz, a sereia também sentiria muita dor quando caminhasse, como se estivesse pisando sobre lâminas.

Apesar de todo o seu sacrifício, o príncipe a desprezou, negando o seu amor por ele. Um conto nem um pouco de fadas…

A escultura retrata então a sereia olhando para o mar, lembrando de sua juventude no mar, sem poder retornar.

O escultor usou de “licença poética” na criação. A Pequena Sereia possui pernas e cauda parciais, embora o conto de Hans Christian Andersen separa bem as partes onde ela possui cauda de peixe e quando possui pernas.

Porém essa mistura, na minha opinião, demonstra claramente as duas fases da vida da sereia, misturadas em um único corpo, bem como sua divisão interior entre a saudade do mar e o amor e sacrifício pelo príncipe insensível.

Seu olhar triste em direção ao mar completa a impressão sobre o sentido dado à escultura.

Uma curiosidae: sua cabeça já foi misteriosamente decapitada em 1998. Depois de algum tempo, a cabeça retornou ao lugar de origem…

O aniversário da estátua é comemorado todo ano em Agosto.

Região próxima à Pequena Sereia

Langelinje , onde se encontra a escultura, significa longa linha. É uma área abrangendo um píer e um parque. O local é um destino bme popular para grupos de turistas. A maioria dos navios de cruzeiros atraca nesse pier, o que o torna o porto mais visitado da Europa.

Foi construído originalmente em 1433 como um local de defesa para a cidade, sendo mais tarde expandido. Além das embarcações, nessa região se vê inúmeros cataventos para obtenção de energia eólica.

Saindo da região onde está a Pequena Sereia e voltando em direção ao centro, encontra-se no caminho a Gefionspringvandet. Essa fonte é o maior monumento em Copenhague. Foi criada por Anders Bundgaard e inaugurada em 1908 na ocasião da celebração do 50° aniversário da cervejaria Carlsberg.

Segundo a lenda, a deusa Gefion, representada na fonte, foi quem criou a ilha Zelândia, hoje está situada Copenhague. Da fonte dá para avistar o Palácio Amalienborg.

Ainda na região, temos o Kastellet, uma das fortificações mais preservadas no norte da Europa. Foi construída na forma de um pentagrama e era o principal forte da cidade no século 18.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães utilizaram o local como centro estratégico na sua ocupação da Dinamarca. Tem uma bonita área verde e várias construções incluindo uma igreja e um moinho de vento. Algumas atividade militares ocorrem no local, porém Kastellet é principalmente um parque público e sítio histórico.

Copenhague – Castelo Rosenborg, parques e cisnes

Continuando a visita a Copenhague, próximo ao centro e à Marmorkirken, encontra-se o Rosenborg Slot. O nome Rosenborg significa Palácio das Rosas, um romântico nome dado em homenagem à esposa do rei, Kirsten Munk, cujo brasão de família possuía três rosas em seu brasão.

O Rosenborg Slot foi originalmente construído como residência de verão em 1606 e é um bom exemplo das construções realizadas pelo rei Christian IV. O castelo constitui também um exemplo típico do estilo renascentista holandês (dá para perceber a semelhança com algumas construções holandesas). Após sucessivas expansões, em 1624 o castelo finalmente tomou a forma de como se encontra hoje .

O interior do castelo é ricamente decorado, com tapeçarias, móveis, pratarias e obras de arte. Dentro há um museu com exposição da história dinamarquesa durante 300 anos, correspondendo ao período entre Frederik II, no século 16, até Frederik VII, no século 19. No porão estão os tesouros reais incluindo as jóias da coroa. É aberto para visitação diariamente (com algumas exceções às segundas feiras) entre 10 e 16 horas.

O castelo é de fácil acesso pois fica próximo ao centro no Kongens Have, o jardim do Rei. Esse parque constitui o mais antigo jardim real no país. Originalmente era uma jardim renascentista feito para o rei Christian IV, no começo do século 17.

Hoje em dia, o Kongens Have é um parque popular, bem no centro de Copenhague sendo visitado por 2,5 milhões de pessoas por ano. Durante o verão, o parque se torna palco para várias apresetações de música e teatro, incluindo peças infantis.

Sem dúvida alguma o Kongens Have é um parque muito agradável. Lá se vê várias pessoas andando de bicicleta (obviamente), fazendo pic nic, passeando apenas ou simplesmente deitadas na grama lendo um livro ou conversando. Resumidamente, um ótimo lugar para descançar no final da tarde.

E se não bastasse isso, ele faz divisa com outro parque, o Botanisk Have, jardim botânico, com algumas plantas bem diferentes das que estamos acostumados a ver. O jardim é como um museu vivo. Seu principal propósito é manter uma coleção de pantas diversa para ser usada em pesquisa e ensino. O museu presente no jardim possui uma das maiores coleções de plantas e fungos do mundo.

Enquanto caminhava pelo Botanisk Have, tive uma grata surpresa quando parei para dar pão para um cisne. Enquanto jogava os pedacinhos de pão para o  cisne, vi aparecer por entre suas asas a cabecinha de seu filhote. Se tratava de uma mamãe cisne que carregava não um, mas 3 filhotinhos que, sem pestanejarem, pegavam carona folgadamente nas costas da mamãe.

Depois de assistir ao pinguim roubando as pedrinhas no aquário em Bergen, essa foi a melhor visão do reino animal que tive na Escandinávia. Que gracinha.

Os pedacinhos de pão atraíram a atenção de alguns patos que vieram voando fazendo muito barulho, como todo bom pato. Porém, a cuidadosa mamãe engrossou o pescoço, grunhiu enfaticamente e espantou todos os patos curiosos que apareceram no local. E assim seus filhotes folgados  puderam sair de suas costas e nadar alegremente em direção aos paezinhos. Sem dúvida, uma fofura!

Enquanto alimentava, fotografava e filmava os cisnes, um cachorro se aproximou tentando inultimente afugenta-los. Os donos dele se aproximaram e começamos a conversar.

Os rapazes me disseram que o nome do simpático cachorrinho era Jacob.Embora os donos fossem dinarmaqueses, Jacob era belga e segundo os rapazes ele falava francês, dinamarquês e ingles, mas nao português. Sem dúvida um cachorro bem poliglota!

Jacob também gostava de passear na neve, nadar no oceano e comer chocolate belga. Bom não há dúvida que aquele cachorro leva uma vida que muitas pessoas, desejariam, afinal quem não gosta de nadar no oceano e comer algumas deliciosas trufas belgas?

Os donos me ensinaram alguns comandos e eu pude me divertir com a compania agradável do Jacob que festejava o início do verão dinarmaquês realizando muitos truques no parque.

Convidei o irriquieto Jacob para conhecer o Brasil, mas seus donos me disseram que ele não gosta muito do calor. Bom, apesar de ser belga, já era um típico dinarmaquês acostumado com o clima frio.

Copenhague – de Nyhavn a Marmorkirken

Nyhavn significa Porto Novo. É o local mais vibrante de Copenhague atualmente e uma atração com significância histórica. Essa região, hoje tão charmosa e favorita dos turistas que visitam Copenhagen, foi no passado um lugar mal afamado, repleto de tavernas baratas, frequentado por prostitutas e por marinheiros de todos os cantos do mundo. Suas casinhas pitorescas, de telhados de duas águas, serviam de entrepostos comerciais e de residência de patrões e empregados. O novo porto se tornou Nyhavn e as casas antigas foram restauradas para virarem hoje vários restaurantes e bares.

O porto foi construído por prisioneiros suecos no século 17, como uma das primeiras expansões das fronteiras de Copenhague. Desde então o canal artificial proporcionou o cenário para uma vida pulsante da cidade. No cais do Nyhavn muitas vezes pode-se ver performances animadas música popular ou jazz, inclusive dentro dos barcos que saem para fazer os tours pelos canais da cidade.

É um local muito charmoso e imperdível, sendo um dos cartões postais de Copenhague. É um lugar perfeito para uma cerveja, um lanche ou mesmo uma boa caminhada, os inúmeros restaurantes e cafés dividem o espaço com as casas datadas do século 18. Porém, é bom lembrar que os restaurantes nessa região são bem mais caros. As pessoas da cidade também freqüentam bastante o porto, alguns grupos trazem a própria cerveja e bebem na beira do canal mesmo, assistindo os turistas deixarem várias coroas nos bares e restaurantes.

Depois de visitar o Nynhav, fui para a Amaliehaven, uma delícia de praça, com 4 pilares em estilo  moderno dando um charme todo especial ao local. No centro há uma bela fonte e ao fundo avista-se a Operaen, a Opera House, inaugurada em 2005. A construção moderna desenhada pelo arquiteto Henning Larsen combina concreto e vidro. É uma das Óperas mais caras já construídas, seu custo ficou acima de 500 milhões de dólares. Está localizada na ilha Holmen na parte central e de lá tem-se uma bela vista do Palácio Real e da Marmorkirken.

Bom, de um lado ou de outro da praça Amaliehaven tem-se uma boa vista e ótimas fotos.

Do lado oposto ao Operaen está o Amalienborg, a residência de inverno da família real. O complexo consiste em 4 palácios panejados ao redor de um pátio octogonal, em cujo centro encontra-se a  estátua equestre de Frederik V, fundador do Palácio de Amalienborg e do distrito Frederiksstaden.

O complexo foi construído  por ocasião do 300 º aniversário da coroação de Christian I, o primeiro Rei da Casa de Oldenborg. O local para as quatro palácios foi dado a quatro nobres proeminentes, que se comprometeram a construir palácios idênticos, desenhado pelo arquitecto da Corte, Nicolai Eigtved. Amalienborg tornou-se a residência real após o incêndio do Palácio de Christiansborg, ocorrido em 1794.

A troca da guarda ocorre diariamente. Os guardas saem do Rosemborg, chegando à praça do Amalienborg ao meio-dia. O bairro que se desenvolveu em suas imediações é hoje a região mais elegante da cidade.

Passando o Amalienborg, após a rua Bredgade, encontra-se a deslumbrante Marmorkirken, a igreja em estilo barroco de Frederick, ou igreja de mármore, como é popularmente conhecida. A igreja possui o maior domo da Escandinávia (embora no restante da Europa existam outras 3 igrejas maiores). O domo se apóia sobre 12 colunas.

Sua construção se deu em 1749, sendo a primeira pedra colocada pelo próprio rei Frederick V. Porém a igreja só ficou pronta em 1894. Durante 150 anos a igreja permaneceu em ruínas, como consequência, o plano original de construi-la inteiramente em mármore teve que ser modificado.

De qualquer forma, a Marmorkirken é uma construção imponente que chama a atenção até mesmo do turista mais distraído. Seu interior também é digno de cuidadosa atenção. Com certeza, é um lugar que não pode deixar de ser visitado em Copenhague.

Parte central de Copenhague

Começando o tour pelo Vistors Centre, que fica na região central, bem próximo ao Tivoli. No Visitor Centre encontra-se guias, mapas e outras informações sobre a cidade.

Continuando a caminhada, chega-se ao Tivoli, um parque tradicional, porém sem maiores pretensões. O Tivoli é o parque mais antigo do mundo, foi inaugurado em 1843, sendo um ícone da cidade e um dos mais famosos parques de diversões do mundo. Aproximadamente 4 milhões de pessoas vão a cada ano ao parque.

O Tivoli ocupa um imenso parque com laguinhos e arvoredo, restaurantes, passarelas, bares, quiosques de alimentação, além de palcos ao ar livre para representação de pantomimas ou concertos. Nos finais de semana tem fogos de artifício.

A entrada varia de 75 a 95 DKK dependendo da época do ano. A entrada dá acesso ao parque, mas não aos brinquedos. O ticket para cada brinquedo é 25 DKK, se for comprar um passe para ir em vários, os preços vão variar de 145 a 1200 DKK, de acordo com o passe escolhido.

Em se tratando da Dinamarca, onde tudo é caro, é bom pensar se realmente compensa dispender tanto em um parque de diversões apenas pelo nome que ele tem. O Tivoli abre diariamente das 11 as 23 horas entre abril e dezembro.

Do outro lado do Tivoli está a NY Carlsberg Glyptotek. Este museu possui mais de 10,000 obras de arte, divididas em duas coleções principais, abrangendo desde o início da cultura ocidental do Mediterrâneo, incluindo obras gregas e romanas, a outras formas de arte dinamarquesa e francesa dos séculos 19 e 20. Algumas das pinturas expostas são de Monet, Sisley, Pissarro, Gauguin, dentre outros.

Este museu é citado no livro 1000 lugares para ver antes de morrer de Patricia Schultz. Assim como o Tivoli Garden.

O museu abre diarimente das 11:00 as 17:00. O ingresso custa 60 DKK e aos domingos a entrada é gratuita.

Passando pelo Tivoli e atravessando a H.C. Andersens Boulevard, chega-se à Rådhus, a prefeitura de Copenhague. O prédio e a torre da Rådhus foram inspirados na torre principal da Piazza del Campo, em Siena. O arquiteto, Martin Nyrop, desejava criar um prédio que daria “alegria para a vida cotidiana e prazer espontâneo a todos.”

Na frente da prefeitura tem a estátua do fundador de Copenhague, o bispo Absalon.

Lá se encontra o primeiro relógio mundial, construído em 1955. O relógio de Jens Olsen é aberto para visitação de segunda a sexta das 10 as 16 horas e sábado até as 13 horas e tem um tour guiado até a torre.

A prefeitura fica na Rådhus pladtsen, uma praça bem simpática. Lá eu pude assistir a apresentação de uma banda formada apenas por crianças. Bem bonitinho. Na Rådhus pladtsen, próximo à prefeitura estão as estátuas de Hans Christian Andersen e de Niels Bohr, o ganhador do prêmio Nobel de física.

Também na praça está um dos mais famosos marcos de Copenhague, o Lurblæserne, contruído totalmente de bronze em 1914, encimado por dois vikings soprando uma trombeta antiga chamada lur.

Bom, aqui existe um pouco da conhecida licença artística, a lur data da Idade do Bronze (1500 AC), enquanto os vikings viveram cerca de 1000 anos atrás. Bom, de qualquer modo, a estátua é bem bonita, atraindo muitos cliques fotográficos. A altura da coluna é de 20 metros.

Dessa praça saem os ônibus turísticos. Existem diferentes tipos de tour com duração e custos variados. É uma boa opção para quem estiver já cansado de tanto andar, porém é sempre bom lembrar que Copenhague é uma cidade fácil para se conhecer a pé.

Quem estiver interessado em saber mais sobre os ônibus turísticos pode acessar o site: www.sightseeing.dk.

Foi na Rådhus pladtsen que anunciaram o Rio de Janeiro como cidade vencedora para sediar as Olimpíadas de 2016. O Rio concorria com Madri (segunda colocada), Chicago (primeira eliminada) e Tokio (segunda eliminada). Toda a praça foi coberta de verde e amarelo para celebrar a vitória brasileira. Parabéns Rio! E parabéns para todos nós brasileiros.

Saindo da Rådhus pladtsen, na direção oposta ao Tivoli, tem várias ruas com lojas variadas e muitos souvenirs. A principal é a Kompagnistraede, uma rua formada por um calçadão e muitos souvenirs para encher a estante de qualquer um que ainda não tenha perdido a paciência com esse tipo de lembranças.

O calçadão termina na Strøget, uma das mais longas ruas de compras da Europa. Essa rua, reservada inteiramente aos pedestres, corta boa parte do centro histórico de Copenhagen. Ela tem diferentes nomes em cada trecho, mas acabou sendo conhecida mesmo pelo nome de Strøget. Movimentada a maior parte do dia, é lotada de restaurantes, bares e lojas. É onde as pessoas sentam-se diante de enormes canecos de cerveja para conversar ou assistir ao espetáculo dos músicos de rua.

A Strøget por sua vez, termina na Niels Juels Gade, na junção entre as duas está o Det Kongelige Teater (Teatro Real Dinamarquês), construído em 1874 e conhecido como Old Stage. Foi fundado como teatro do rei e depois como teatro da nação. Apresenta peças de ópera, o Ballet Royal Dinamarquês, música clássica pela Orquestra Real Dinamarquesa (fundada em 1448) e drama.

Existe tours guiados com duração de uma hora e meia as 9:30 ou 10:00 e as 16:30 ou 17:00. O ingresso custa a bagatela de 1875 DKK, aproximadamente 252,00 euros. Uma pechincha… O valor é mais alto do que os das peças exibidas. Vai entender…

Bem ao lado do teatro está o Stærekassen, que faz parte do Teatro Real. Este anexo do teatro principal foi lindamente construído em estilo Art Déco, um charme. É usado para produções de drama.

Mais ou menos perto doDet Kongelige Teater, indo em direção ao National Banken, próximo à ponte Bremerholm, se encontra o Børsen, o inconfundível prédio em estilo renascentista holandês da Bolsa de Valores de Copenhague.

O Børsen constitui mais uma das construções realizadas por Christian IV em 1619-1640,  e é bolsa de valores mais antigas na Dinamarca.

É facilmente reconhecido pela sua torre em espiral formada com quatro caudas de dragões entrelaçadas, atingindo uma altura de 56 metros.

Voltando à rua Strøget, virando na rua Købmagergade, chega-se na Rundetarn, uma torre construída por Christian IV entre 1637 e 1642. O projeto fazia parte de um complexo combinando igreja, biblioteca e observatório em um único prédio. Existe uma lenda dizendo que Peter o grande da Rússia subiu com cavalos e carruagem nos 300 metros de escadas dessa torre.

Sem dúvida é uma boa subida. A torre é aberta diarimante de maio a setembro das 10:00 às 20:00 e nos outros meses das 10:00 às 17:00. O ingresso custa 25 DKK.

Para fechar o círculo central, voltamos para a Rådhus pladtsen, e no caminho encontramos a  Vor Frue Kirken, a catedral de Copenhague, cujo nome significa Igreja de Nossa Senhora.

O local já foi sede de outra igreja desde 1209, porém  a igreja original foi destruída em um bombardeio em 1807. A nova catedral existente hoje foi construída em estilo neoclássico sendo inaugurada em 1829.

O interior da catedral forma um ambiente de paz e tranquilidade com belas esculturas.

Estocolmo – O incrível Vasamuseet

VasaMuseet é o museu mais visitado de Estocolmo, e com razão. Foi construído em 1990 para abrigar o navio de guerra Vasa, construído por volta de 1620. O navio afundou no porto de Estocolmo e foi recuperado em 1956, 333 anos após afundar.

A embarcação possui parte do costado e da popa lindamente entalhados mostrando o esplendor e poderio da realeza sueca, porém o Vasa afundou logo em sua viagem inaugural, o que deve ter deixado o rei Gustav nada contente.

É a única embarcação do mundo remanescente do século 17 e ainda intacta. O navio não pode ser visitado por dentro, como o Fran na Noruega, por exemplo, mas vê-lo, mesmo que somente por fora, é fascinante.

O museu é muito bem planejado e rico em informações. Por isso, o Vasa é uma das principais atrações turísticas de Estocolmo.

O Vasa Museet foi um dos museus que já visitei que mais gostei e entrou na lista dos museus em que eu já fui “expulsa”. Explico: eu sou totalmente Lisa Simpson quando o assunto é museu.

Adoro visitar museus, principalmente os que expõem antiguidades, pinturas e esculturas também antigas. Assim, aproveito ao máximo o tempo em que dá para ficar dentro do museu.

Fiquei tão fascinada pelo navio (imagina, tirei 60 fotos só da embarcação…) que fui explorar todos os cantos do museu, resultado, o prédio acabou fechando comigo lá dentro.

Só percebi que não tinha mais ninguém quando as luzes começaram a se apagar e os avisos para sair começaram a ser apenas em espanhol.

Na verdade eles deram o aviso que iam fechar em sueco, inglês, francês e depois apenas em espanhol. Essa foi a parte engraçada.

Sozinha e com o museu ficando na penumbra resolvi procurar a saída mas não a encontrava mais, até que vi um sueco que achei ser o segurança, mas que nada, ele também estava perdido.

Quando finalmente encontramos a saída, pude ver as caras poucos contentes dos funcionários me esperando para fechar totalmente o museu.

Enfim, entrou para a lista dos museus e sítios arqueológicos que fecharam comigo dentro.

Vasamuseet é um museu que compensa muito conhecer mesmo para aqueles que não são muito fans de passar algumas horas dentro de um museu. Simplesmente pelo fato de ter a opotunidade única de ver de perto uma embarcação como essa. Imagino que crianças e adolescentes também se divirtam nesse museu, uma vez que ele nos envolve naquela atmosfera do tempo dos piratas.

O Vasamuseet fica em Djurgården, um parque muito simpático, e perto de outros museus como o Junibacken, o museu de bonecas e histórias infantis de Astrid Lindgren, o Nordiskamuseet, museu nórdico que mostra como os suecos moraram nos últimos 500 anos, e outros mais.