Outras igrejas na região central de Bruxelas

Nem só da imponente catedral de Saint Michel et Gudula vive o turismo nas igrejas, por assim dizer, em Bruxelas. Assim como muitas e muitas capitais e cidades europeias, Bruxelas também tem muitas e muitas outras igrejas belas na região central que merecem ser visitadas.

Vou incluir algumas aqui, aquelas que visitei, mesmo que somente por fora, e que prederam minha atenção.

Começamos então por uma das mais famosas, a Église Notre Dame du Sablon, localizada na rue des Sablons, no distrito histórico de mesmo nome, na parte alta da cidade.

Como minha foto não ficou boa, por causa da chuva (e também por causa da fotógrafa…), tomei a liberdade de colocar aqui uma foto do próprio site da igreja.

A igreja foi construída no século XV no mesmo estilo gótico brabantino (variação regional do estilo gótico tradicional) da Catedral de Saint Michel et Gudula. Ela faz parte da União Pastoral do Centro de Bruxelas junto com outras cinco igrejas, dentre elas a igreja de Saint Nicolas, localizada perto da Grand Place.

Existe uma lenda ao redor dessa igreja. Diz a lenda, que uma jovem moradora de Antuérpia, teve uma visão da Virgem, que lhe pediu que levasse sua imagem para Bruxelas. A moça então foi de barco até a cidade e ao chegar lá, entregou a imagem para os arqueiros da igreja. E desde então, o local virou rota de peregrinações.

A igreja também é muito famosa pelos seus vitrais. São onze grandes vitrais que iluminam o interior da nave e rodeiam o altar.

A igreja é aberta para visitação de segunda a sexta das 9:00 às 18:30 e nos finais de semana das 10:00 às 19:00. As linhas 92 e 94 do bonde (tram), levam você até lá. Se bem que, para quem prefere caminhar como eu, dá para ir a pé da Grand Place (cerca de 1 km) ou, mais pertinho ainda, do Museu Royal de Belas Artes (Musées Royaux des Beaux Arts (apenas 209 metros) ou Museu Belvue (430 metros) .

Bom e já que estamos falando em caminhadas, vamos seguir andando pela Rue des Sablons até a Joseph Stevens para chegarmos à próxima igreja
que vale a pena mencionar, a Église Notre-Dame de la Chapelle, ou Igreja de Nossa Senhora da Capela, localizada na Place de la Chapelle, na região histórica de Marolles. É mais uma igreja gótica de Bruxelas, porém misturada com estilo românico.

A foto tirada na chuva não ajuda muito, mas mesmo assim dá para perceber a beleza arquitetônica dessa igreja, começou a ser construída em 1202, sendo terminada no século 13, o que explica a transição de estilo do românico para o gótico . Sua história, assim como a de muitas construções históricas europeias, é recheada de fases de destruição parcial, incêndios, saques e bombardeios permeadas por outras fases de reconstruções, restaurações e transformações.

Além de sua beleza imponente, a igreja é também importante para a história de Bruxelas, porque é nela que se encontra a sepultura do herói nacional, Francois Anneessens (1660-1719), que lutou pelos direitos civis e acabou sendo morto decapitado na Grand Place. Condenado à morte, François Anneessens recusou a pedir perdão, e suas últimas palavras foram: “Nunca! Eu morro inocente. Que minha morte possa expiar meus pecados e servir ao meu país”.

No local do Santíssimo Sacramento, há uma placa em sua homenagem.

Agora seguimos pelo Boulevard de L’Empereur no sentido do Mont des Arts. Aproveite para conhecer esse pedacinho lindo de Bruxelas aqui. De lá descemos até chegarmos na Putterie e logo chegamos em uma igreja que não é tão grandiosa como a Notre-Dame du Sablon ou a Catedral de Saint Michel et Gudula, mas que me chamou muito a atenção pelo seu charme, a Église de Sainte Marie Madeleine. Na verdade, eu cheguei a essa igreja vindo da Rue des Eperonniers, uma vez que ando meio em zique-zaque e não na ordem mais lógica, rs. Então vi primeiro a fachada barroca. E foi justamente isso o que me chamou a atenção.

A Sainte Marie Madeleine, assim como muitos outros monumentos dessa área, foi bombardeada e destruída em 1695, sendo reconstruída pouco tempo depois graças a doações dos padeiros da região. Ela foi restaurada para sua aparência do século 15 entre os anos 1957 e 1958. Hoje, pertence à comunidade Maranata.

A belíssima fachada barroca que tanto me chamou a atenção e me encantou, mais até que o restante da igreja, pertence à antiga capela de Sainte Anne de 1655, com a estátua de santa Ana segurando Maria ainda criança, datando do século 18. Essa capela foi demolida no começo do século 20 para a junção da ferrovia norte-midi, e sua fachada reconstruída na face norte da Sainte Marie-Madeleine.

Agora caminhamos um pouquinho mais pela rue Infante Isabelle, até a rue Marché aux Herbes, passando perto da Grand Place e Église Saint Nicolas, até chegarmos na Place de Sainte Catherine e na nossa próxima igreja, obviamente de mesmo nome, a Église de Sainte Catherine.

O curioso é que se você procurar por essa igreja na web, vai achar mais sobre os restaurantes, bares e vida social ao seu redor do que sobre a igreja propriamente dita, isso porque o bairro de Sainte Catherine é um dos mais cools de Bruxelas, com vários bares e restaurantes charmosos e convidativos. E para quem não quiser gastar os rico dinheirinho, ainda há a opção de variadas barraquinhas com diversas guloseimas.

E há uma razão para a concentração de bares e restaurantes nessa região. O local é conhecido pelos nativos como “LeVismet” ou “Marché aux Poissons” (Mercado do peixe). Isso porque entre 1884 e 1955, havia um mercado de peixes bem nessa região, que, acredite, era o antigo porto de Bruxelas.

Hoje em dia a área ainda ainda mantém seu lado gourmet e é conhecida como o melhor local para degustar os famosos frutos do mar de Bruxelas, Bem, isso para quem gosta, o que não é o meu caso.

Então… vamos deixar os frutos do mar de lado e voltar para a Sainte Catherine.

A Igreja foi construída aproximadamente em 1200 e depois ligada aos muros da cidade. Entre 1854 e 1855, a igreja foi reconstruída sob o comando de Joseph Polaert, em diversos estilos, como o gótico, mais facilmente reconhecível, o românico e o renascentista.

A Igreja de Sainte Catherine é aberta para visitação de segunda a sexta entre 9:00 e 20:00 e aos sábados e domingos entre 9:00 e 19:00. As linhas 1 e 5 do metrô passam por lá (estação Sainte Catherine).

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