Arquivo mensais:dezembro 2010

Hospedagem e transporte em Berlim

Conforme escrevi no post anterior sobre Berlim, a primeira vez que visitei a cidade, cheguei direto de São Paulo no aeroporto Tegel. A segunda vez, cheguei na estação de trem Hauptbahnhof , a principal estação de Berlin, vindo de Copenhague.

O trem que sai de Copenhague vai até Gedse, no litoral da Dinamarca. Em Gedse o trem embarca em um ferryboat para fazer a travessia pelo mar Báltico. Durante a travessia, é necessário sair do trem. Os funcionários passam pelos vagões fazendo com que todos saiam do trem.

Enquanto estiver no ferry, a melhor opção para fazer o tempo passar é subir até os barzinhos e restaurantes. Lá, pode-se comer e beber alguma coisa, e o melhor, pagando em euros, sem a necessidade de trocar de moeda. Isso pode se tornar realmente chato após algum tempo nos países onde o euro não é a moeda oficial.

Enquanto toma uma boa cerveja alemã, dá para apreciar a bela visão do mar Báltico.

Tomando uma Beck's, uma das minhas cervejas alemãs preferidas.

Já em território alemão, é necessário fazer a troca de trem em Hamburgo. O tempo entre a chegada e a saída de Hamburgo vai variar de acordo com o horário de saída de Copenhague, mas em geral não é demorado, o máximo de espera é de cerca de 1 hora.

No site da Eurail tem o Timetable, com os horários dos trens an Europa. Embora esse mesmo Timetable seja entregue para quem comprar o passe de trem, é sempre bom dar uma olhada antes quando estiver planejando a viagem.

Hospedagem

Em Berlin, fiquei hospedada, em ambas as ocasiões, no The Circus Hostel.

Recomendo esse hostel pois ele é bem agradável, com quartos e banheiros bons e boa segurança.

Também é bem localizado e fácil de achar. Fica na Berlin Oriental, o que facilita bastante para quem quer conhecer os monumentos históricos dessa área. Embore se fale muito do lado ocidental por ser mais moderno, eu ainda prefiro o lado oriental. Para mim é mais bonito, com uma história muito forte.

Do albergue dá para conhecer tranquilamente Berliner Dom, Museumsinsel, Under der Liden e outros lugares muito interessantes do lado oriental apenas caminhando.

O café da manhã pode ser comprado no restaurante do albergue, com opções contendo chá (servido em um copo enorme), croissant e muita nutella. Aliás a nutella é à vontade, fica em um pote de vidro no balcão de atendimento, o que faz a alegria dos chocólatras, e eu me incluo aqui.

Hackescher Markt

Quando cheguei pela primeira vez em Berlim, deixei minha bagagem no albergue e sai andando pela cidade, mesmo sem ter um mapa decente. Até então, o mapa que eu tinha era pequeno, incompleto, referente a apenas uma parte de Berlim, o que mais tarde dificultaria bastante minha procura pelo Muro de Berlim (assunto para o próximo post).

Arquitetura típica da parte oriental de Berlim

Fui andando pela Rosenthaler Straße até chegar na Hackescher Markt, uma estação de trem no bairro Mitte. A estação está localizada na linha Stadtbahn Berlim, que atravessa o centro da cidade, de leste a oeste.

A estação foi aberta em 1902 e foi originalmente chamada Bahnhof  Börse, devido à sua proximidade com o prédio da bolsa de valores, e depois, Marx-Engels-Platz durante a época da República Democrática da Alemanha. Em 1992, a estação  recebeu o nome de Hackescher Markt, o mesmo da praça que há em frente.

Foi a primeira estação de trem construída em Berlin e a única, além de Bellevue, que manteve o desenho original, feito por Johannes Vollmer, com mosaicos decorativos e janelas arredondadas, típicos do início do século 20.

Barzinhos que ficam lotados à noite na Hackscher Markt

A região da Hackscher Markt , assim como o Hakesche Hoefe, é muito movimentada à noite. As salas da estação foram convertidas em restaurantes da moda, bares e lojas.

Eu passei várias vezes por esta estação, pois ela fica bem no caminho que leva à Berliner Dom, Museus, Under der Linden e, consequentemente ao Brandeburger Tor.

A Hackscher Markt também é o principal terminal para os bondes que percorrem o lado oriental. Nessa estação é possível pegar o trem que vai até a outra estação de trem de Berlim, a Ostbahnhof, que conecta a cidade com Paris, Frankfurt, Munique, Zurique e Varsóvia.

Bondes ainda andam no lado leste da cidade

O Stadtbahn realiza serviços locais de S-Bahn assim como serviços de longa distância, que não param na estação. Para quem estiver hospedado em uma região mais afastada desse centro, fica mais fácil se locomover utilizando algumas das linhas S-Bahn que passam por lá (linhas S5, S7 e S75).

Se locomover em Berlin é fácil. O símbolo verde S, visto em frente à Hackescher Markt, designa estações de trem, S-Bahn. O nome é uma feliz abreviação de “Stadtschnellbahn” (sistema ferroviário urbano rápido), enquanto U é o símbolo para as estações do metrô: U-Bahn, abreviação de Untergrund-Bahn (sistema subterrâneo). Que bom que existem as abreviações.

O metrô é simples e prático. São ao total 173 estações espalhadas por nove linhas. Os trens passam com estrema exatidão a cada dois a cinco minutos durante o horário de pico, a cada cinco minutos para o resto do dia e a cada dez minutos durante a noite e aos domingos.

Mapa da rede S-bahn e U-bahn, clique para aumentar

Após a divisão da cidade no final da Segunda Guerra Mundial, várias restrições foram impostas para os moradores do lado oriental, sendo que as linhas do metrô que iam para o lado ocidental foram cortadas. Duas linhas ainda permaneceram vindas da Berlim Ocidental, porém não havia parada no lado leste e as estações permaneciam fechadas. Após a reunificação alemã, o sistema voltou a ser totalmente aberto.

Ambos sistemas de trens e metrôs são operados e mantidos pela empresa BVG. No site S-Bahn há um guia contendo as principais atrações de Berlim e as linhas de metrô, trem e ônibus que as conectam. A empresa também oferece passeios de barco ou ônibus que passam nos pontos turísticos de Berlim. A duração e o valor variam conforme a opção escolhida. Em geral os passeios de barco custam entre 8,50 e 17,00 euros, enquanto que o tour de ônibus custa 20,00 euros.

Trem indo em direção à Hackesche Markt passando por trás do Altes Museum

Os bilhetes para o trem ou metrô podem ser comprados nas máquinas existentes na estação. O ticket de ônibus/metro custa 1,20 e 2,20 euros, respectivamente (valores de 2008). O de ônibus vale por 2 horas e é emitido pelo motorista. O bilhete do trem é de acordo com o percurso que se vai fazer, o que poder tornar a escolha do ticket certo um pouco confusa.

A capital Rabat e o palácio real

Localizada a beira-mar, na foz do rio Oued Bou Regreg, Rabat é a capital administrativa e política do Reino do Marrocos desde a independência em 1956. Lá se encontram a residência principal do rei Mohammed VI e a sede do governo e das embaixadas estrangeiras.

A cidade possui uma longa e rica história que pode ser sentida nos monumentos e ruínas existentes desde a época dos fenícios (primeiros habitantes), romanos, almoádas e merenidas.

Algumas descobertas arqueológicas revelaram a existência de um povoado no local datando do século III A.C. Seu antigo nome era Chellah. No ano 40 D.C, os romanos assumiram a cidade e mudaram seu nome para Sala de Colonia, porém no ano 250 D.C. os romanos abandonaram a colônia.

Por volta do século 10 D.C, Abd al-Mu’min construiu no local, uma fortificação chamada ribat, para uso como ponto de ataques contra a Espanha. Em 1170, devido a sua importância militar, a cidade, passou a chamar-se de Ribatu l-Fath, que significa “fortaleza de vitória“.

A fortificação existente deu origem ao nome atual da cidade: Rabat.

Rabat à noite. Rio Oued Bou Regreg que separa a capital da cidade de Salé

Rabat tornou-se uma das 4 cidades imperiais do Marrocos em 1660. As outras cidades imperiais são Meknès, Fès e Marrakech.

A cidade possui cerca de 1,7 milhões de habitantes. A capital do Marrocos é agradável, com avenidas largas e muito limpas.

Assim como outras cidades do Marrocos, Rabat também possui sua cor: azul claro, a cor das casas do Kasbah des Oudaias, local onde os piratas habitavam (assunto para o próximo post).

Uma das avenidas de Rabat ladeada por árvores

Parece existir uma certa rixa entre Casablanca e Rabat, devido principalmente ao ritmo de cada cidade. Uma vez que Rabat é a capital possuindo muitos prédios públicos, os habitantes de Casablanca costumam fazer piadas quanto à lentidão do serviço público de Rabat em contraste com a agitação da vida corporativa em Casablanca. Algo que estamos bem acostumados por aqui também…

A arquitetura predominante na cidade é a colonial, com villas muito bonitas. Villa é o nome como são chamadas as grandes casas, com um pátio central com fonte e os quartos ao redor deste. As villas são habitadas por uma família inteira.

Como Rabat não é tão turística quanto Fès ou Marrakech, é mais fácil andar nas ruas sem atrair tanto a atenção de vendedores ou outras pessoas que vivem do turismo. Isso pode facilitar a vida dos turistas que não gostam muito do costume marroquino da barganha na hora de comprar tapetes, artesanatos ou qualquer outro item.

Para quem gosta de pistache, é o local certo para comprá-lo. É lá que se encontra a maior produção de pistache do Marrocos.

Casa conhecida como Villa

Palácio Real

Quando chegamos em Rabat, ao final da tarde, o primeiro local que visitamos foi o Palácio Real ou Dar alMahkzen, a sede do governo, onde trabalham e residem mais de duas mil pessoas.

Portão de entrada para o Palácio Real e Jardim Andaluz

O palácio foi construído em 1864 sobre as ruínas de outro antigo. Faz parte das muitas construções ordenadas por Moulay Ismail, o primeiro sultão almóada a unificar o país.  Embora a base de Moulay Ismail fosse Meknès, ele deu à Rabat uma relativa importância na época. Falarei mais sobre esse polêmico sultão no post sobre Meknès.

O rei Mohammed VI usa o palácio para as obrigações do estado. Assim como seus ancestrais, ele recebe convidados estrangeiros no palácio de Rabat, bem como em Fès, Meknès, Tanger, Tetouan, Agadir ou em qualquer outro dos palácios reais existentes no Marrocos.

O palácio é rodeado pelos jardins andaluz que possui, além de lindas árvores, fontes e um agradável boulevard. Toda a área é muito bonita, com uma atmosfera de tranquilidade permeando o local. Os jardins foram construídos pelos franceses no século XX

Árvores da família das Magnólias no Jardim Andaluz

Na área do palácio também há uma mesquita chamada Ahl Fès. Esta é a mesquita particular do rei Mohammed V, onde ele recita as orações de sexta-feira dentre outras da rotina religiosa.

Mesquita particular do rei Mohammed V

Entre a mesquita e o palácio há a praça Mechouar, o local onde se realizam as principais festas em homenagem ao rei.

Palácio real visto da praça Mechouar

O design do palácio segue o estilo tradicional marroquino, com  uma série de salas de recepção agrupadas em torno de um pátio central, dando acesso aos quartos privados.

Os quartos no lado esquerdo do pátio eram os destinados ao hammam, o banho turco, uma característica de todas as mansões nobres, enquanto os quartos do lado direito pertenciam a uma antiga mesquita.

Portão de entrada principal do palácio real

Embora tenham guardas na entrada principal do palácio, eles parecem ser bem mais tranquilos em relação aos turistas e suas máquinas fotográficas do que os guardas de outros palácios reais que já visitei, como os guardas do palácio real de Copenhague, por exemplo.

Guarda real em frente a entrada principal
Seguranças e funcionários no portão secundário do palácio

No alto do portão de entrada principal do palácio há uma inscrição, uma oração de proteção ao rei. Os marroquinos dizem que, como o rei é uma figura muito importante, é necessário pedir a Deus proteção e sabedoria para que ele possa governar bem o país.

A cor verde encontrada no telhado e nos detalhes da construção é uma referência à cor do Alcorão.

Beleza dos detalhes do portão de entrada e parte da oração de proteção ao rei

Não é permitida a entrada no palácio, porém a visita, mesmo que somente na área externa, vale muito a pena.

A arquitetura do palácio é digna de admiração. Todo o local merece uma visita com tempo para que se possa apreciar os jardins com suas belas árvores de troncos grossos e retorcidos, o ambiente calmo e, por fim, o palácio real e seus cuidadosos detalhes admiráveis, tão característicos da arquitetura árabe.

Prédio atual do hamman, o banho turco

Casablanca – a bela Mesquita Hassan II

Monumento que simboliza o compromisso, genialidade arquitetônica e devoção do povo marroquino, a Mesquita Hassan II é uma jóia da arquitetura moderna, situada em um dos bairros mais povoados de Casablanca.

 

Mesquita Hassan II ao fundo, tendo o museu e a biblioteca em primeiro plano

 

É a maior mesquita do Marrocos e a terceira mais importante da religião islâmica. Além disso, é a única mesquita do mundo que permite a entrada de não muçulmanos. Segundo o guia do local, isso ajudaria a explicar a fé muçulmana para pessoas de outras religiões.

Seja como for, é uma oportunidade única de conhecer o esplendor da arquitetura árabe, com todos os seus ricos detalhes, bem como a tecnologia surpreendente empregada para a construção da mesquita.

 

Mesquita Hassan II entre o céu e o mar

Construída uma parte sobre as águas do oceano Atlântico, a Mesquita é uma das mais belas edificações iniciadas pelo rei Hassan II, falecido em 1999 e pai do atual rei Mohammed VI. A mesquita foi construída sobre a água devido ao versículo do Alcorão que diz que “o trono de Deus estava sobre as águas”. A cor verde do teto e dos detalhes também faz referência à cor do Alcorão.

Antes do início de sua construção, o rei Hassan II declarou:

Desejo que Casablanca seja dotada de um edifício amplo e belo do qual possa orgulhar-se até o final dos tempos … Eu quero construir esta mesquita na água, porque o trono de Deus está sobre a água. Portanto, os fiéis que lá irão para rezar, para louvar o Criador em solo firme, poderão contemplar o céu e o mar de Deus.”

Bom, pode-se dizer que o rei cumpriu sua promessa presenteando Casablanca com uma bela mesquita construída com tecnologia de ponta, que impressiona o viajante independente da religião.

Detalhe do imenso pátio da mesquita

O projeto se iniciou em 1987 e levou 6 anos até ser completado, em 1993, frustrando os planos iniciais de inauguração na ocasião do 60° aniversário do rei em 1989. Participaram de sua construção 2.500 trabalhadores e 10.000 artesãos, contabilizando 50 milhões de horas trabalhadas (dia e noite).

 

Minarete ricamente trabalhado
Detalhe do alto do minarete da Mesquita Hassan II

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os números são impressionantes e não páram por ai. Para a construção da Mesquita foram utilizados:

 

– 300 mil metros cúbicos de concreto

– 40 mil toneladas de aço

– 250 mil metros quadrados de mármore travertino e granito

– 10 mil metros quadrados de azulejo (zellige)

– 53 mil metros quadrados de cedro

– 67 mil metros quadrados de gesso

– 10 mil metros quadrados tadelakt (material de revestimento impermeável típico do Marrocos)

– 800 milhões de dólares

Mosaicos formados por zelliges

Obra prima da arquitetura árabe-muçulmana, a Mesquita Hassan II é, sem sombra de dúvida, uma proeza.

Ela constitui um complexo religioso e cultural, com área total de 9 hectares (90.000 m²), sendo composta por uma sala de oração, uma sala de ablução (purificação), banhos, uma escola corânica (medersa), uma biblioteca e um museu.

A capacidade total da mesquita é de 105 mil seguidores, sendo 25 mil apenas na sala de oração e os demais no pátio externo da mesquita.

 

Pátio externo da mesquita

Ela é considerada o maior edifício religioso do mundo árabe graças ao seu minarete de 200 m de altura. A torre foi construída apoiada somente em duas colunas. À noite, do alto do minarete, um laser aponta para Meca, com alcance de 30 km.

A função do minarete na mesquita é propagar a voz do almuadem ou muezim de seus alto falantes, de forma que possa chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração. De acordo com as leis religiosas no Marrocos, nenhuma casa ou edifício na cidade pode ser mais alto do que o minarete, porque este foi feito para Deus e, segundo eles, seria arrogância construir algo para os homens maior do que para Deus. Além disso, fica fácil para os fiéis localizarem a mesquita pelo seu minarete.

Beleza e tecnologia se encontram no prédio da mesquita Hassan II

Sala de oração

Quando se entra na mesquita é necessário tirar os sapatos, que são armazenados em sacolas plásticas entregues aos visitantes. Logo que se entra já se espanta com a beleza interior, a riqueza de detalhes e suas impressionantes dimensões internas.

 

Interior da Mesquita Hassan II
Efeito da luz no interior da mesquita

A sala de orações possui uma área de 20.000 m² com capacidade para 25.000 pessoas. Ela consiste em dois níveis: o piso térreo usado para os homens e dividido em três naves simétricas, voltadas em direção à Meca, com capacidade de 20.000 pessoas e os dois mezaninos para as mulheres, que possuem uma entrada separada, com uma área de 3.500 m² e capacidade para 2500 pessoas cada.

 

Mezanino para as mulheres fazerem as orações
Cedro e bronze compõem a beleza do interior da mesquita

A sala de oração também possui um sistema de aquecimento no solo e caixas de som espalhadas, de forma muito discreta, para que todos possam ouvir a voz do líder da oração, o imam ou muazzin.

Existem ainda na sala 18 portas feitas de titânio e bronze. A porta muito pesada não se abre para o exterior. Ao invés disso, ela se levanta, puxada por engrenagens escondidas nas paredes. Realmente fantástico!

 

Porta de titânio e bronze que se ergue para a entrada das pessoas
Porta vista do interior da mesquita

No total existem 50 lustres e arandelas de murano veneziano com 8 tamanhos diferentes entre 3 a 6 metros de diâmetro, 5 a 10 metros de altura e 600 a 1.200 kg de peso.

O teto móvel pesa 1.100 toneladas e possui uma área de 3.400 m². O teto é uma estrutura metálica tridimensional coberto com madeira de cedro entalhada e pintada. O tempo total para a abertura dele é de apenas 5 minutos graças ao sistema motor em rodas que fornece a impulsão.

Quando o teto está aberto, os seguidores podem orar conforme o desejo do rei Hassan II, “vendo o céu e o mar de Deus”.

 

Lustre de murano veneziano, um dos poucos materiais usados não provenientes do próprio Marrocos. Na foto dá pra ver as duas colunas que sustentam o minarete.

No meio da sala de oração há um circuito fechado de água do mar chamado “Seguia“. Esse circuito serve para trazer a água do mar para o ritual de purificação realizado na sala de ablução.

No chão existem três aberturas com vista para as abluções. Uma parte do chão também é feita de vidro, de forma que os fiéis possam orar vendo o mar. Essa parte no entanto é reservada para a realeza.

Sala de oração com chão de vidro para visualização da sala de Oblução

Em ambos os lados da nave há duas colunas de granito sobre as quais está escrito, em ouro, a árvore genealógica do Rei Hassan II.

Na parte leste da sala de oração encontra-se o mihrab, que é a abóbada que direciona para Meca. O mihrab é feito de mármore branco de Carrara, azulejos (zelige) e gesso. Ele é usado pelo Imam para liderar as cinco orações diárias.

 

Detalhe dos desenhos do chão da sala de oração

Neste local também se vê o minbar, o balcão de mogno com incrustações de marfim usado toda sexta-feira para as orações.

Os detalhes das paredes e arcos são de um cuidado e uma delicadeza extraordinários. É impossível não ficar deslumbrado quando se visita o interior da Mesquita Hassan. A arquitetura, os detalhes da decoração e a força da devoção do povo são fatores que nos impressiona e emociona ao mesmo tempo.

 

O cuidado com os detalhes parece fazer parte da personalidade do povo marroquino. A caixa de som aparece discretamente na coluna

Eu fiquei muito feliz com a oportunidade de entrar em uma mesquita muçulmana. Apesar de ter muito contato com a cultura árabe há anos, eu nunca havia, fora do Brasil, a sentido de forma tão próxima. Para mim foi gratificante ter essa experiência e poder vivenciar o cotidiano de uma cultura que admiro bastante.

Uma cultura cheia de riqueza e encantamento que, ao meu ver, deveria ser separada dos acontecimentos internacionais que ocorreram nos últimos anos.

 

Pormenor dos desenhos geométricos. O Islã não permite reproduções humanas ou animais

Sala de ablução

Este é o local onde os fiéis se purificam antes da oração. A ablução consiste em lavar 3 vezes as mãos, boca, nariz, rosto, braços, cabeça, orelhas e pés até a altura do tornozelo. A ablução também pode ser feita em casa antes de se dirigirem à mesquita, mas a maioria faz nas muitas fontes de água do mar existentes no local.

 

Sala de Ablução

A sala de purificação é  de uma beleza incrível. É muito grande, com uma área de 4.800 m². No total são 41 fontes, incluindo 3 grandes e 38 pequenas. O desenho das fontes representa a flor de lótus.

 

41 fontes estão espalhadas em uma área de 4.800 m²

Além das fontes, ainda há uma centena de torneiras por todos os lados para que todos possam fazer o ritual da ablução.

 

Flor de lótus, símbolo da purificação, empresta seu formato às fontes da Sala de Ablução

Os lustres de cobre foram fabricados em Fès. Toda a sala é decorada com azulejos e revestida de tadelak vindo de Marrakech. O tadelak possui duas características, ele é resistente à umidade ao mesmo tempo em que mantém o calor no local.

O material consiste em uma mistura de argila arenosa, sabão, cal preto e gema de ovo. Graças à sua ação contra a umidade, os lustres da sala de ablução nunca precisaram ser lavados.

 

Um dos imponentes lustres da Sala de Ablução

Sala do Hammam

Hammam ou banho turco, combina as funcionalidades e a estrutura dos seus predecessores, termas romanas e banhos bizantinos, com a tradição turca dos banhos de vapor. A sala de Hammam é composta por 3 quartos, sendo uma sala morna, uma quente e, por último, uma muito quente.

 

Sala quente, antes da sala de vapor. Várias torneiras estão dispostas nas paredes, próximo aos mosaicos

A temperatura  da última sala pode atingir até 47°C, sendo o local onde se utiliza a água para o banho.

Sala do vapor. Hummm, que vontade...

O Hammam a vapor consiste de uma piscina aquecida equipada com saídas de vapor. A temperatura da água é de 38°C e a profundidade da piscina de 1,5 metro.

Também na sala de hammam se encontram zelliges magníficos bem como o revestimento em tadelakt.

Detalhe dos mosaicos

Medersa

É a escola corânica, conhecida como Mederda. Fica no lado leste da Mesquita Hassan II.

A biblioteca e museu

Ficam em ambos os lados da praça. São dois prédios idênticos e simétricos.

 

Fachada do Museu
Fachada lateral do prédio da biblioteca

Chamado para oração
No islamismo existem orações obrigatórias (Salat) que são praticadas cinco vezes ao dia. Essas cinco orações diárias contêm versículos do Alcorão que são recitados em árabe e são praticadas na alvorada, ao meio dia, no meio da tarde, ao crepúsculo e à noite. Assim, elas vão determinando o ritmo de todo o dia.

O dhan, ou o chamado para oração, é pronunciado em um tom melodioso pelo muazzin do alto do minarete.

 

Marroquina caminha em direção à mesquita enquanto se ouve o chamado para oração

Enquanto estava no Marrocos ouvi várias vezes o chamado para a oração. É muito bonito de se ouvir, assim como de se ver as pessoas caminhando em direção à mesquita para a oração. As ruas ficam mais vazias, as pessoas parecem se acalmar. Sem dúvida é um ritual muito bonito.

 

Tradução do Chamado para a oração:

Deus é Grandioso, Deus é Grandioso
Deus é Grandioso, Deus é Grandioso
Testemunho que não há outra divindade além de Deus
Testemunho que não há outra divindade além de Deus
Testemunho que Mohammad é o Mensageiro de Deus
Testemunho que Mohammad é o Mensageiro de Deus
Vinde à oração! Vinde à oração!
Vinde à salvação! Vinde à salvação!
Deus é Grandioso, Deus é Grandioso
Não há outra divindade além de Deus

 

Visitas guiadas

A Mesquita é aberta à visitação guiada em diversos idiomas todos os dias às 9, 10 e 11 horas da manhã e às 14:00, entre os meses de setembro até junho. Durante o período do Ramadã, a mesquita é aberta para visitação somente no período da manhã. Às sextas-feiras, a visita é feita mediante agendamento.

O bilhete de entrada pode ser comprado na própria mesquita e custa 120 dihans (aproximadamente 12 euros). Há desconto de 50% para estudantes, marroquinos, estrangeiros residentes no Marrocos. Estudantes marroquinos e crianças menores de 12 anos pagam 30 dinhans.

Mais informações:

Mosquée Hassan II

Sacred Destinations

Casablanca, play it again Sam

 

Não, essa não é a frase dita, assim como o filme não foi gravado em Casablanca. A frase correta é “Play it once Sam” e o filme foi inteiramente gravado nos estúdios de Hollywood. Bom, seja como for, o filme contribuiu bastante para aumentar a fama da cidade.

Casablanca ou Dar el Baida é a capital econômica do Marrocos e a segunda maior cidade da África, depois do Cairo. Mais de 10% da população do país mora em Casablanca, correspondendo a mais de 3 milhões de habitantes.

A origem da cidade foi provavelmente como um posto de comércio Cartagiano conhecido como Anfa.

O porto existente no local era usado, dentre outras coisas, para a pirataria. O local foi dominado pelos árabes liderados pelo sultão Abd al-Mumin que derrotou os povos bérberes nativos do Marrocos.

A pirataria praticada nos portos, bem como sua localização estratégica, atraiu a atenção dos portugueses, que acabaram por invadir a cidade.

Casablanca foi destruída 2 vezes, em 1468 e 1515. Sessenta anos mais tarde, os portugueses reconstruíram a cidade.

A primeira casa erguida era branca, devido ao material usado na construção, o que originou seu nome: Casa Branca.

Como cada cidade no Marrocos tem uma cor que a representa, a cor de Casablanca não poderia ser outra que não a branca. Sendo assim, as construções da cidade seguem essa cor.

Os portugueses permaneceram em Casablanca por mais de 2 séculos, até o terremoto de 1755, muito comentado até hoje pelos guias locais.

Após a retirada dos portugueses, o sultão Mohammed ben Abdallah reconstruiu a cidade e deu-lhe o nome árabe Dar el Beida. Quando os espanhóis se instalaram no local, no final do século 18, rebatizaram a cidade com o nome Casablanca, que permanece até hoje.

Portão da medina de Casablanca

Fui para Casablanca em novembro de 2010. Foi a primeira cidade marroquina que visitei. No início fiquei preocupada com a temperatura, pois é quase inverno no hemisfério norte e muitos guias falavam de chuvas nessa época do ano no Marrocos.

Avenidas largas e limpas na parte nova de Casablanca, a Ville Nouvelle

Felizmente choveu apenas uma noite e a temperatura estava ótima. Não fazia tanto calor durante o dia e à noite a temperatura era amena, uma blusa de frio era mais do que suficiente. Portanto recomendo essa época para quem quiser conhecer as cidades imperiais.

Já para o deserto ou montanhas, o melhor é viajar até no máximo outubro, pois as noites no deserto podem ser bem geladas e as chuvas nas montanhas, além do frio, prejudicam muito quem deseja fazer alpinismo.

Embora seja menos turística que Fès ou Marrakech, Casablanca não deixa de ser um destino agradável. Porém não é necessário mais do que dois dias na cidade. Melhor gastar mais tempo em Marrakech.

Casablanca é uma cidade mais moderna, quando comparada com outras cidades do Marrocos. As principais indústrias do país se concentram ai. A cidade é mais cosmopolita e também mais ocidentalizada. Vi algumas mulheres sem véu e nenhuma usando a burca, bem como casais andando de mãos dadas.

Brasil, sempre presente

O trânsito, assim como em muitas cidades grandes, é caótico. Ouve-se uma sinfonia de buzinadas quase o tempo todo.

Para se locomover na cidade, pode-se pegar os taxis que não são caros. Existem os taxis brancos chamados de Grand Taxi que percorrem um trecho definido, normalmente periferia-centro. Os taxis vermelhos são chamados de Petit Taxi e funcionam como os nossos taxis, com taxímetro.

Aliás é sempre bom conferir se o taxímetro está funcionando antes de pegar o taxi. Preços fechados combinados antes geralmente saem mais caros do que quando se usa o taxímetro.

Marché Central

Um lugar divertido e característico para se visitar em Casablanca é o Mercado Central (Marché Central). É o principal mercado no centro da cidade. Foi criado durante o protetorado francês para satisfazer as necessidades dos europeus. Hoje em dia é frequentado por marroquinos e turistas curiosos.

Entrada do Marché Central

Mesmo para quem não deseja comprar nada, vale a visita. No mercado encontram-se bancas de flores, peixes, mariscos, frutas, secas, especiarias e outras coisas que fazem parte do coditiano marroquino.

Lá se vê o preparo dos peixes, a forma como são armazenados nas bancas (sem muito conhecimento dos conceitos de vigilância sanitária…) e principalmente muitos gatos rondando as bancas de peixes e roubando alguns pedacinhos que caem ou que sobram nas bacias onde grandes peixes como o peixe espada são lavados e cortados, se necessário.

Frutas frescas em uma banca típica
Peixes dispostos como em uma pintura em uma das muitas bancas de peixe do Marché Central

Pode parecer um destino não muito convidativo, visitar mercados e suas bancas. Porém, acredito que são nesses lugares que se vê  e se sente o puro espírito de um lugar e seu povo.

O mercado mistura os diferentes  e agradáveis odores das especiarias e frutas frescas com o cheiro forte, que dispensa qualquer descrição, dos peixes. Lá se vê pessoas do lugar em suas atividades coditianas em um cenário próprio e não em um daqueles especialmente projetados para atrair turistas, aqueles que representam o país apenas de forma superficial.

É o local onde Latifa vende seus peixes frescos aos Abdallahs e Alis de Casablanca.

A diversidade de cores e odores das especiarias marroquinas

Por estes e outros motivos que gostei bastante de visitar esse mercado e recomendo o passeio para quem for a Casablanca.

O Marché Central se localiza na Rue Chaouia e fica aberto entre 6:00 e 14:00. Há uma entrada também no Boulevard Mohammed V.

Filhotes a procura de sobras de peixes. Os donos das bancas também oferecem pequenos pedaços aos bichanos

Boulevard Mohammed V

Na região do Boulevard Mohammed V pode-se ver lindas construções típicas de Casablanca, de estilo Art-Déco (abreviação de arts décoratifs) em combinação com o estilo mouro. A arquitetura art-déco foi uma idealização francesa em conjunto com a arte mouravida já existente no Marrocos.

Art déco foi um movimento popular internacional de design de 1925 até 1939. Este estilo afetou as artes decorativas, arquitetura, design de interiores e desenho industrial, assim como as artes visuais, moda, pintura, artes gráficas e cinema. Este movimento foi, de certa forma, uma mistura de vários estilos e movimentos do início do século XX, incluindo construtivismo, cubismo, modernismo, bauhaus, art nouveau e futurismo.

Boulevard Mohammed V. Mohammed V era o avô do atual rei do Marrocos: Mohammed VI.

A Art déco também procurou inspiração no estilo tradicional marroquino, e por sua vez, teve uma grande influência mais tarde na arquitetura moura, como as janelas, escadas e varandas de ferro fundindo e desenhos florais, geométricos ou de animais em frontões e frisos.

A sua popularidade na Europa foi durante os anos 20 e continuou fortemente nos Estados Unidos através da década de 1930. Ao contrário de muitos movimentos de design que tiveram suas raízes em intenções filosóficas ou políticas, a Art Déco foi meramente decorativa, sendo visto como estilo elegante, funcional e ultra moderno.

Durante o protetorado francês, os franceses residentes eram proibidos de morar nas casas existentes dentro da medina (cidade antiga). Assim, os arquitetos franceses foram construindo casas e edifícios públicos nos bairros novos, chamados de Ville Nouvelle. Essas construções seguiam o então estilo da época, a Art-Déco.

Exemplo da arquitetura Art-Déco de Casablanca

Um belo exemplo da combinação do estilo mouro e art-déco é o Hôtel Lincoln, situado no Boulevard Mohammed V em frente ao Marché Central. O edifício foi construído em 1916 e infelizmente encontra-se hoje em ruínas. Conforme descrito no guia Lonely Planet, “o prédio está pacientemente à espera de uma tão falada restauração“.

Hôtel Lincoln a espera de uma necessária restauração

O Hôtel Lincoln já foi cenário para um filme americano sobre a guerra na Somália. Em 2006, o jornal La Gazette du Maroc publicou uma matéria sobre a promessa de restauração e sua lentidão em começar: Hôtel Lincoln à Casablanca : L’histoire réhabilitée (Hôtel Lincoln em Casablanca: a história restaurada).

É realmente uma pena que um edifício tão belo, um exemplo de uma arquitetura tão rica, esteja nesse estado de deterioração.

Detalhe da fachada do Hôtel Lincoln

Place Mohammed V

Próxima ao Boulevard Mohammed V, está a Avenida Hassan II. Esta avenida leva até a Place Mohammed V, antigamente conhecida por Place des Nations Unies. Esta praça rodeada de prédios públicos é o coração de Casablanca e o local onde as principais ruas e avenidas se cruzam. Na praça também há uma fonte musical com jatos de água coloridos e muitos aguadeiros a espera de turistas querendo tirar fotos e seus dihans (moeda do Marrocos).


Aguadeiro na praça Mohammed V

 

Aguadeiros são pessoas vestidas com roupas e chapéus coloridos. Antigamente não havia água dentro da medina e eram os aguadeiros que levavam água até os moradores que lá habitavam. Eles carregam um recipiente com água e várias “canecas” de metal penduradas no pescoço.

Hoje em dia, eles ainda vendem água, mas a principal atividade desses aguadeiros é realmente tirar fotos com os turistas.

Quando chegamos na praça, eles se aproximam rapidamente já se preparando para as fotos. Em troca, lógico, pedem dihans, uma prática comum por todo o Marrocos. Se desejar tirar fotos, deve-se pagar por elas.

 

Quanto pagar para os aguadeiros ou performistas é sempre uma dúvida para os viajantes. Em geral pode dar entre 10 e 20 dihans. É claro que o valor vai depender da quantidade de fotos tiradas. Mais fotos, mais dihans. Na dúvida, combine antes o valor das fotos.

Embora eu tenha lido em vários sites e blogs que os performistas e aguadeiros ficam agressivos se a pessoa não paga ou se o valor dado é baixo, eu particularmente não presenciei isso em Casablanca, já em Marrakech a coisa muda um pouco.

Mas não há motivos para preocupação em demasia. Quem quiser tirar fotos, pode tirar calmamente.

Para ter uma idéia do valor, 11 dihans correspondem a cerca de 1,00 euro.

Por outro lado, quem não quiser tirar fotos, deve deixar isso bem claro, pois os marroquinos sabem ser bem insistentes.

Estando na Place Mohammed V, do lado esquerdo (de quem vem da Boulevard Mohammed V) está o Palais de Justice (Palácio da Justiça), construído em 1925. A enorme porta principal e a entrada foram inspirados no  iwan persa, que define-se como um corredor ou espaço abovedado, fechado entre três paredes, estando a quarta parede inteiramente aberta ao exterior.

Palais de Justice na Place Mohammed V

A praça ainda é rodeada por outros prédios públicos seguindo um estilo racional planejado pelos arquitetos franceses Henri Prost e Robert Marrast que planejaram o desenho da praça para uma população de 150 mil, o que era um número muito maior do que o número de habitantes em 1924. Porém a população crescente de Casablanca ultrapassou a estimativa logo em 1923.

Henri Post é o principal responsável pelo estilo arquitetônico de Casablanca. Ele combinou o estilo tradicional marroquino com idéias de urbanização européias existentes na época.

Prédio público na Place Mohammed V

Outras construções que chamam a atenção próximas à praça são: o prédio da sede da agência de correios, inaugurado em 1919. Um maravilhoso edifício facilmente reconhecido pelos arcos e colunas de pedra, pelos mosaicos azuis e pelo teto e lustre de bronze; o Banque al Maghrib, claramente em estilo tradicional marroquino, sendo o último edifício construído na praça; e, por último o prédio da Ancienne Préfecture, de 1930. Conhecida como Wilaya, a construção em estilo colonial francês possui uma torre de 50 metros com um relógio no alto.

Ancienne Préfecture ou Wilaya

Continuando na Avenida Hassan II, no cruzamento com o Boulevard Moulay Youssef, encontra-se o Parc de la Ligue Arabe. Esse parque foi criado em 1918 com o objetivo de formar na cidade um “oásis” de descanso, diversão e local para caminhada.

As belas palmeiras ladeando a avenida criam um ambiente tranquilo que contrasta com o burburinho da cidade. É um lugar que convida para uma agradável caminhada.

Parc de la Ligue Arabe

Aïn Diab, a praia

A praia de Casablanca fica no bairro Aïn Diab. A praia começa próximo da velha Medina, passa pela Mesquita Hassan II, e continua por cerca de 3 Km. No entanto, a maior atração de Aïn Diab não é tanto o mar, mas sim os clubes existentes no Boulevard de la Corniche. Essa região muito agradável é repleta de hotéis/clubes com piscinas, normalmente preenchidas com água do mar filtrada, restaurantes, bares e discotecas.

Esteiras de um clube no Boulevard de la Corniche

Com vista para a praia, no Boulevard de la Corniche, também se encontram as villas, que são as grandes e bonitas casas de sauditas afortunados.

As praias parecem ser mais frequentadas por turistas do que por nativos e não deixa de ser interessante ver, no mesmo ambiente, a presença de turistas de biquines no meio de mulheres com véus.

Villas em Aïn Diab

O Boulevard de la Corniche é uma região muito agradável para uma caminhada no calçadão repleto de nativos com suas famílias e turistas contentes. Nesse local se encontram vários restaurantes. Uma boa dica é pedir peixes ou frutos do mar, uma vez que Casablanca fica no litoral e o peixe é sempre fresco. Deixe para comer as comidas típicas como o tajine ou cuscuz nas outras cidades, mesmo porque corre-se um sério risco de se cansar de comê-los todos os dias.

Mais informações:

http://www.casablanca.ma

http://www.morocco.com

http://www.visitmorocco.com

Marrocos, um país nem tão perto mas também não tão longe

Marrocos sempre foi um sonho para mim, porém apesar de desejar conhecer o país, acabava sempre escolhendo outro destino na hora de arrumar as malas, na maior parte das vezes a Europa. Foi assim em 2006 e 2007, quando, em ambas as ocasiões, acabei optando pelo Velho Continente ao invés do Marrocos.

E dessa vez não foi tão diferente afinal, eu estava pesquisando roteiros para Egito ou Turquia, quando me deparei com a descrição de um roteiro para Tunísia e Marrocos. Bom, devido a restrições de disponibidade de tempo, a Tunísia foi deixada para uma outra oportunidade e, dessa vez, Marrocos sobressaiu como o destino certo para a ocasião.

É claro que a Europa, minha eterna paixão, acabou sendo de uma forma ou de outra incluída na viagem, com uma rápida passagem pela Espanha com direito a muitos tapas e vinhos. Porém a Espanha fica para outro post. Vamos voltar ao Marrocos.

 

Estreito de Gibraltar. Apenas 14,4 km separam Espanha e Marrocos.

É incrível como muitas pessoas (e me incluo aqui) imaginam a África um destino tão longe, mas não a Europa, sendo que Espanha e Portugal são países vizinhos ao Marrocos. A viagem para esse belo país africano provou para mim que, afinal de contas, a “África é logo ali” (como diria o Vanucci).

Mesmo quando pensamos no custo de uma viagem à África, podemos nos surpreender, pois uma pesquisa de roteiros, pacotes e passagens me mostrou que ir para o Marrocos, Tunísia ou Egito pode ser mais barato do que uma viagem aos nossos vizinhos Chile ou Peru.

Marrocos é um país encantador logo no primeiro contato. Seu povo, sua cultura, sua arquitetura, sua arte, seu jeito especial de ser uma mistura árabe e africana com uma pitada européia, o tornou um lugar cativante, especial, um país que sentimos saudades mesmo antes de partir.

E quando saimos do Marrocos somos impregnados com a eterna sensação de que devemos voltar, seja para rever suas maravilhas, seja para conhecer novos encantos.

Simpatia e hospitalidade dos marroquinos na Mesquita Hassan II em Casablanca

Sua cultura complexa é formada por árabes e berberes e remonta a tempos antigos construídos durante várias invasões de árabes e europeus (romanos, e mais recentemente franceses, portugueses e espanhóis). A história do Marrocos está intimamente ligada à sua localização geográfica. Objeto de desejo de muitos impérios durante séculos, desde o Império Romano até o protetorado francês, sendo que o Reino do Marrocos ganhou sua independência efetiva somente em 1956.

Ponto de encontro das principais caravanas de comércio e excepcional base militar estratégica, o  Marrocos conseguiu enriquecer seu patrimônio cultural a partir de todas essas ricas experiências históricas. O resultado foi uma mistura de cultura e arte hoje plenamente expressas através da diversidade de línguas faladas no Marrocos (árabe, berbere e francês), das religiões que convivem em harmonia (islamismo, judaísmo e cristianismo), e de seus magníficos artesanatos, fabricados há séculos quase que da mesma forma.

 

Interior da medina de Fès, a maior e mais antiga medina do mundo árabe

O Marrocos preservou sua identidade e valores ao longo dos séculos, sem no entanto deixar de se modernizar e de investir em seus recursos, principalmente na exploração do fosfato e no setor de turismo.

A imagem que nos traz é de um povo forte e sereno ao mesmo tempo, ligado em seus valores tradicionais, porém livre de extremismos religioso ou político.

 

Jelaba, a roupa típica de inverno usada no Marrocos

O Islamismo é a religião oficial do país, sendo parte fundamental da história do Marrocos há 14 séculos, orientando a vida espiritual marroquino. O Islã está presente no coração da vida marroquina, através dos costumes, arquitetura e educação. A chamada para a oração pontua a vida das mesquitas marroquinas, mausoléus e escolas corânicas. São hinos fortemente presentes no cotidiano das pessoas.

No entanto, o reino do Marrocos continua a ser essencialmente uma terra de tolerância, onde todos os credos vivem em harmonia. Por séculos, marroquinos judeus e muçulmanos convivem em respeito um ao outro, garantindo a liberdade de culto para uma comunidade diversificada, amigável, equilibrada e hospitaleira.

Muçulmano aguardando o chamado da Mesquita

A complexidade desse país nos desafia a descrevê-lo, mesmo que eu tentasse uma lista imensa de palavras e adjetivos, ainda assim o resultado seria simplificado e superficial. Afinal palavras não conseguem transmitir a beleza das montanhas Atlas, a singularidade de Marrakech, a riqueza dos detalhes encontrados nos mosaicos e outros artesanatos ou o sabor do chá de menta servido em todos restaurantes.

Eu a caráter no Hari Souani construído por Moulay Ismail em Meknès

Uma viagem ao Marrocos não se resume apenas em conhecer suas cidades, montanhas ou deserto. É mais do que isso. O país nos convida a um mergulho em sua cultura milenar, sua língua, sua escrita, seus mosaicos magníficos, sua gente.

Um passeio ao Marrocos não acontece sem sentir a vida pulsante e intensa existente dentro dos muros das medinas, sem sentir os mais diversos odores e cores de suas especiarias, dos tajines e cuscuz servidos em todos os lugares, sem ser arrastado para a multidão composta por nativos e turistas na praça Djemma El Fna, repleta de encantadores de  serpentes, adestradores, contadores de história, performistas e outros em busca da atenção e moedas dos turistas.

Sem dúvida alguma, Marrocos é um país cheio de encantos e surpresas, que nos presenteia com a magia das 1001 noites e, principalmente, com um destino prazeroso e inesquecível.

 

Os melhores e os maiores aeroportos do mundo

Melhores aeroportos

A Skytrax é uma empresa de consultoria britânica que realiza pesquisas sobre companias aéreas e aeroportos. A empresa conduz pesquisas com viajantes de todo o mundo para encontrar a melhor equipe de cabine, aeroporto, avião, companhia aérea, entretenimento de bordo e vários outros fatores ligados ao transporte aéreo. A Skytrax também possui um fórum onde passageiros podem compartilhar suas opiniões sobre as companhias aéreas.

A empresa é mais conhecida pelo seu relatório anual World Airline Awards e World Airport Awards.

A pesquisa realizada entre 2009 e 2010 com 9,8 milhões de passageiros incluiu mais de 210 aeroportos do mundo todo. O resultado mostrou a preponderância dos aeroportos asiáticos, com destaque para o Aeroporto Internacional Changi de Singapura que ficou em primeiro lugar seguido pelo Aeroporto Internacional Icheon de Seoul e Aeroporto Internacional de Hong Kong.

 

A pesquisa se baseou na opinião dos viajantes sobre 39 serviços e produtos oferecidos pelos aeroportos, desde o check-in até o portão de embarque, incluindo fatores como segurança, conforto das instalações, taxa de extravio de bagagem, acesso às informações, etc.

Singapore Changi Airport. Fonte: http://bestairportstosleepin.com/

Dos aeroportos citados na lista, conheço apenas o Zurich Airport e o Amsterdam Schiphol Airport, onde fiz conexão para Berlim e Bergen, respectivamente. Em ambos aeroportos o tempo entre a migração, troca de aeronave e embarque no portão foi curto, sendo o processo bem simples sem maiores complicações. Ao contrário do aeroporto Madrid Barajas, onde encontrar o portão de embarque pode ser uma prova de paciência e resistência. Ainda bem que no Barajas é permitido o uso de carrinhos para as bagagens de mão, algo que também deveria ser implantado em Cumbica e no Galeão, apesar de serem bem menores.

Paciência, um requisito necessário durante a imigração

 

Quanto ao ranking dos aeroportos da América do Sul, o Aeropuerto Internacional Jorge Chávez de Lima ficou em primeiro lugar, ocupando a 33° posição no ranking total. Os aeroportos Galeão do Rio de Janeiro e Cumbica de Guarulhos não receberam estrelas na classificação (1 a 5). Lendo as opiniões dos viajantes que passaram por estes aeroportos nota-se que a principal insatisfação é com os serviços oferecidos (facilidades), seguida pela limpeza e tempo nas filas.



Maiores aeroportos

Os maiores aeroportos do mundo são escolhidos baseando-se no tráfico máximo que estes suportam e não pelo tamanho em superfície dos mesmos. Por causa disso, algumas listas preferem usar o termo aeroportos mais congestionados (busiest airport in the world) ao invés de maiores.

O Airports Council International fez uma lista com os maiores aeroportos em termos de número de passageiros e também de tráfico aéreo. Qualquer que seja a forma mencionada, no topo da lista está sempre o Hartsfield-Jackson Atlanta International Airport de Atlanta, Geórgia, tanto pelo tráfico aéreo (decolagens e aterrissagens) quanto pelo número de passageiros que transitam pelos terminais.

 

 

No relatório do Airports Council International, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Tom Jobim/Galeão, aparece em segundo lugar na lista dos 25 aeroportos com maior crescimento. Os aeroportos de Belo Horizonte, Brasília e Salvador também aparecem nas posições 17, 19 e 20 respectivamente. O Aeroporto Internacional de Guarulhos não foi citado.

Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Galeão


Os melhores e os maiores aeroportos do mundo

Melhores aeroportos

 

A Skytrax (http://www.airlinequality.com/) é uma empresa de consultoria britânica que realiza pesquisas sobre companias aéreas e aeroportos. A empresa conduz pesquisas com viajantes de todo o mundo para encontrar a melhor equipe de cabine, aeroporto, avião, companhia aérea, entretenimento de bordo e vários outros fatores ligados ao transporte aéreo. A Skytrax também possui um fórum onde passageiros podem compartilhar suas opiniões sobre as companhias aéreas. A empresa é mais conhecida pelo seu relatório anual World Airline Awards (http://www.worldairportawards.com/) e World Airport Awards (http://www.worldairlineawards.com/).

A pesquisa realizada entre 2009 e 2010 com 9,8 milhões de passageiros incluiu mais de 210 aeroportos do mundo todo. O resultado mostrou a preponderância dos aeroportos asiáticos, com destaque para o Aeroporto Intarnacional Changi de Singapura (http://www.changiairport.com/) que ficou em primeiro lugar seguido pelo Aeroporto Internacional Icheon de Seoul (http://seoul-airport.com/) e Aeroporto Internacional de Hong Kong (http://www.hongkongairport.com/eng/index.html).


A pesquisa se baseou na opinião dos viajantes sobre 39 serviços e produtos oferecidos pelos aeroportos, desde o check-in até o portão de embarque, incluindo fatores como segurança, conforto das instalações, taxa de extravio de bagagem, acesso às informações, etc.

Dos aeroportos citados na lista, conheço apenas o Zurich Airport (http://www.zurich-airport.com/) e o Amsterdam Schiphol Airport (http://www.schiphol.nl/), onde fiz conexão para Berlim e Bergen, respectivamente. Em ambos aeroportos o tempo entre a migração, troca de aeronave e embarque no portão foi curto, sendo o processo bem simples sem maiores complicações. Ao contrário do aeroporto Madrid Barajas, onde encontrar o portão de embarque pode ser uma prova de paciência e resistência. Ainda bem que no Barajas é permitido o uso de carrinhos para as bagagens de mão, algo que também deveria ser implantado em Cumbica e no Galeão, apesar de serem bem menores.

Quanto ao ranking dos aeroportos da América do Sul, o Aeropuerto Internacional Jorge Chávez de Lima (http://www.lap.com.pe/lap_portal/index.asp) ficou em primeiro lugar, ocupando a 33° posição no ranking total. Os aeroportos Galeão e Cumbica não receberam estrelas na classificação (1 a 5). Lendo as opiniões dos viajantes que passaram por estes aeroportos nota-se que a principal insatisfação é com os serviços oferecidos (facilidades), seguida pela limpeza e tempo nas filas.

Maiores aeroportos

Os maiores aeroportos do mundo são escolhidos baseando-se no tráfico máximo que estes suportam e não pelo tamanho em superfície dos mesmos. Por causa disso, algumas listas preferem usar o termo aeroportos mais congestionados (busiest airport in the world) ao invés de maiores.

Qualquer que seja a forma mencionada, no topo da lista está sempre o Hartsfield-Jackson Atlanta International Airport (http://www.atlanta-airport.com/) de Atlanta, Geórgia, tanto pelo tráfico aéreo (decolagens e aterrissagens) quanto pelo número de passageiros.

O Airports Council International (http://www.airports.org/cda/aci_common/display/main/aci_content07_banners.jsp?zn=aci&cp=1_725_2___) fez uma lista com os maiores aeroportos em termos de número de passageiros e também de tráfico aéreo:

 

No relatório do Airports Council International, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Tom Jobim/Galeão (http://www.infraero.gov.br/index.php/br/aeroportos/rio-de-janeiro/aeroporto-internacional-do-rio-de-janeiro.html), aparece em segundo lugar na lista dos 25 aeroportos com maior crescimento. Os aeroportos de Belo Horizonte (http://www.infraero.gov.br/index.php/br/aeroportos/minas-gerais/aeroporto-de-belo-horizonte.html), Brasília (http://www.infraero.gov.br/index.php/br/aeroportos/distrito-federal/aeroporto-internacional-de-brasilia.html) e Salvador (http://www.infraero.gov.br/index.php/br/aeroportos/bahia/aeroporto-internacional-de-salvador.html) também aparecem nas posições 17, 19 e 20 respectivamente. O Aeroporto Internacional de Guarulhos (http://www.aeroportoguarulhos.net/) não foi citado.

Aeroporto Madrid Barajas

Barajas é o maior aeroporto de Madri e um dos principais da Europa, com capacidade para 70 milhões de passageiros por ano. Barajas, cujo nome significa baralho e também um povoado da Espanha, foi inaugurado em 1931 e hoje é o décimo primeiro maior aeroporto do mundo e o quarto da Europa, sendo também a principal conexão entre a Europa e América do Sul e Central.

O aeroporto está localizado a 12 km ao nordeste de Madri, na rodovia A-2 que liga Madri à Barcelona. Possui conexão direta com o metrô (linha 8), extensão de 1.200.000 m2 em terminais, 104 lugares de estacionamento para aeronaves e 21.800 vagas para automóveis disponíveis em sete parques de estacionamento.

 

Só para se ter uma idéia do tráfico em Barajas, somente para Guarulhos, São Paulo são mais de 8 mil vôos por ano (incluindo escalas). No total, anualmente são realizadas 364.746 operações. A rota que une o Aeroporto Madrid Barajas com o Aeroporto de Barcelona é a que possui o maior número de vôos por semana em todo o mundo. São números impressionantes que estão, sem sombra de dúvida, a altura desse magnífico aeroporto.

Quando foi inaugurado em 1931, o Aeroporto de Madri era somente um campo sem pavimento, coberto de mato e com um grande círculo branco no qual se via escrito Madrid em seu interior. Ao longo dos anos foram feitas várias ampliações para atender sua sempre crescente demanda. Em 1991 foi elaborado o Plano Barajas com uma projeção de infraestrutura de até 15 anos.

Atualmente, o aeroporto possui quatro terminais: T1, T2, T3 e T4. Há também um terminal satélite no T4, o T4S. Estes dois terminais são conectados por um trem automático e contínuo (APT), que leva cerca de 4 minutos para completar seu trajeto. Os quatro terminais estão ligados por duas estações de metrô e por um sistema de ônibus gratuito que sai a cada três minutos, 24 horas por dia.

O terminal T1 (portões A e B) é usado para destinos internacionais com companhias aéreas como AirEurope, Air France, Easyjet, Lufthansa, Spanair e outras 30 mais companhias.O terminal T2 (portões C e D) é usado apenas para destinos nacionais e do território Schengen (a maioria dos países europeus). Já o terminal T3 (portões E e F) é usado apenas para a companhia Lagun Air, com 20 portões de embarque (E68 a E82 e F90 a F94, estes últimos destinados exclusivamente a vôos regionais).

O mais recente terminal, T4 (portões H, J e K) é utilizado para todos os vôos da Iberia, das principais companhias aéreas internacionais (American Airlines, British Airways, Avianca, Lan, Japan Airlines, entre outros) e algumas companhias aéreas menos caras, como a Vueling e a Virgin Express. Os voôs procedentes do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo chegam nesse terminal, que possui 76 portões de embarque (H1 a H37, J40 a J59 e K62 a K98). O terminal Satélite T4-S possui 3 áreas. A primeira apenas com saídas Schengen, com 19 portões de embarque. A segunda para saídas internacionais, com 48 portões de embarque (R1 a R18, S20 a S51 e U55 a U74). A terceira área recebe os vôos das chegadas internacionais.

O terminal T4 foi inaugurado em fevereiro de 2006. O projeto recebeu um investimento de 6 milhões de euros para a ampliação de área em 750.000 m²  com capacidade para 35 milhões de passageiros por ano e 120 vôos por hora. Esses números reforçam a importância do Barajas como hub (plataforma giratória de vôos) mundial.

O desenho selecionado pela Aena (Aeropuertos Españoles y Navegación Aérea), órgão responsável pela navegação aérea espanhola, possuía quatro princípios básicos: Integração na paisagem, luz natural, claridade espacial e flexibilidade.

A impressionate arquitetura do Barajas impõe-se pela simplicidade, adaptabilidade, robustez e flexibilidade tendo como objetivo principal passar aos seus usuários sensação de calma, tranqüilidade e leveza. Para isso, foram empregados materiais como o aço (45.000 toneladas) integrado com bambu, que além de ser sustentável, também é um material durável, resistente e sem a necessidade de manutenções frequentes.

Segundo o coordenador do projeto, Carlos Lamela, os aspectos que conferem uma personalidade especial ao projeto são a funcionalidade, luminosidade, orientação ao passageiro e a integração do mesmo na paisagem. As cores mudam conforme a zona de embarque para funcionarem como referências visuais na orientação aos passageiros. Lamela ressalta ainda o aconchego e a claridade da cobertura de madeira laminada de bambu integrada na estrutura de aço e o sistema de iluminação mediante reflexão que, além de ser algo inédito em aeroportos, ainda reduz a dependência de luz artificial e melhora visivelmente a qualidade do espaço.

Todas essas qualidades são visíveis e sentidas até mesmo pelo mais apressando viajante. A luminosidade é percebida em todo o terminal. O ambiente é agradável mesmo quando se aterrisa na madrugada de um dia preguiçoso de inverno, como foi meu caso.

Após a inauguração do terminal T4, Barajas se tornou o maior aeroporto, considerando-se a superfície de seus terminais, e em um dos aeroportos mais modernos e seguros do mundo.

O Aeroporto Madrid Barajas possui três checkrooms abertos 24 horas por dia (T1, T2 e T4), duas farmácias (T1 e T2), três pontos de aluguel de automóveis (T1, T2 e T4), dois centros comerciais (T1 e T4), centro de informação ao turista e caixas eletrônicos em todos os terminais.

Em virtude do seu tamanho, antes de viajar é recomendável saber em que terminal vai aterrisar para evitar deslocações desnecessárias e confusas. Para obter mais informações sobre o terminal necessário para o check-in, dê uma olhada no site da Aena.

Também é importante chegar com muita antecedência no aeroporto, pois alguns portões variam de 7 a 23 minutos para se chegar, além disso, os portões de embarque são anunciados com pouca antecedência da hora de embarque e somente nos painéis. Não há anúncio pelos autofalantes, o que pode leva turistas distraídos a perderem seus vôos, como eu vi acontecer com um turista que embarcaria para Bucareste. Aliás é bem comum ver pessoas correndo entre as esteiras rolantes.

Pela minha experiência é mais fácil fazer o check-in no aeroporto do que fazer conexão com troca de aeronaves. A mudança pode levar um tempo razoavelmente longo e preocupante, onde é necessário pegar elevadores, trem entre os terminais, mais elevadores, várias esteiras rolantes e ainda andar um bocado.

Leve o tempo de conexão entre os vôos em consideração quando for planejar sua viagem.

O balcão de informação da Iberia possui poucos atendentes e está sempre lotado de pessoas em busca de informações.

Transporte para o centro de Madri

As opções de transporte entre o aeroporto de Barajas e a cidade variam entre táxi, metrô e o serviço de transporte.

  • Táxi: há pontos de táxi nos quatro terminais da zona de chegada. O custo aproximado entre o Aeroporto de Barajas e o centro de Madrid (Puerta del Sol, por exemplo) geralmente é em torno de 20,00 € acrescido da taxa do aeroporto de 4,50 €.
  • Não é recomendável pegar táxi com estranhos que às vezes oferecem serviços dentro do aeroporto. A tarifa do táxi é sempre indicada no taxímetro, e é desaconselhável, além de ilegal, fazer um acordo sobre um “preço fechado” com o taxista.

A viagem entre o aeroporto e o centro da cidade pode variar entre 20 e 40 minutos, dependendo do tráfego e da hora do dia. O táxi é um transporte mais confortável entre o aeroporto e o centro da cidade, especialmente para pessoas que viajam com muita bagagem ou não sabem como chegar ao local de destino, porém obviamente é também o mais caro.

Metrô: o aeroporto de Barajas é ligado a Madri pela linha 8 do metrô e por 2 estações: Metro Aeropuerto T1-T2-T3 encontrados no Terminal 2 e Metro Aeropuerto T4 encontrados no Terminal 4.

Pegar o metrô em Madri é barato, eficiente, confortável e rápido (cerca de 30 minutos da Puerta del Sol), porém é desaconselhável a utilização do metrô se estiver com muita bagagem. Nem todas as estações possuem escada rolante e é muito desconfortável subir edescer as várias escadas existentes nas conexões entre as linhas do metrô (são duas conexões até a estação Sol, na Puerta del Sol).

Além disso é  comum encontrar batedores de carteira que operam no metrô de Madri. A preferência dos ladrões são grupos que não falam espanhol e estão distraídos entre si. Fique sempre atento e evite carregar mochilas e bolsas nas costas ou deixar dinheiro, passes, documentos, etc em bolsos de fácil acesso.

O custo de um bilhete único é de 1,00 €. O pacote para 10 viagens custa 7 € e pode ser usado mais de uma vez na mesma catraca, o que é uma boa dica para quem estiver viajando em grupo.

Lembre-se que é necessário pagar o suplemento 1,00 € para entrar ou sair das estações de aeroporto (T1, T2, T3 e T4). O metrô funciona entre 6:00 am até 2:00 am e o bilhete pode ser facilmente comprado nas máquinas existentes nos terminais.

No site Viaje na Viagem do Ricardo Freire tem um passo a passo mostrando como comprar o bilhete.

Serviço de transfer: A empresa AresMobile / Aerocity oferece um serviço de transporte barato e confortável, entre o Aeroporto de Barajas e o destino de interesse em Madri em minivans com motorista para transporte de passageiros em grupos. Existem balcões nos terminais T1 e T2. Os serviços também pode ser contratado no site da empresa.

A Exprés Aeropuerto também oferece transporte entre o aeroporto e a estação Atocha do metro. Outros pontos de parada são a Plaza de Cibeles e O’Donnell. A duração total do trajeto é em torno de 40 minutos em condições normais de trânsito. O custo é de 2,00 € e o ticket pode ser comprado diretamente com o motorista.