Visitando a casa de Anne Frank em Amsterdam

Um dos museus mais importantes de Amsterdam é a casa de Anne Frank. Fui nesse museu, após fazer um Free Walking Tour, com um guia americano que vive em Amsterdam. O Tour terminou em frente à casa, então aproveitei para conhecê-la.

Fachada da casa da Anne Frank
Fachada da casa da Anne Frank

Anne Frank foi uma das muitas vítimas da perseguição aos judeus na Segunda Guerra Mundial. Em 1933, com a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha, a família Frank decidiu mudar-se para os Países Baixos. Em 1940, o país foi invadido pelos nazistas, Anne Frank, seus pais Otto Frank e Edith Frank-Holländer e sua irmã Margot tentaram escapar da perseguição escondendo-se em um anexo no alto da casa, cujo acesso se dava por uma escada escondida atrás de uma estante.

Estante que servia de fachada para o anexo onde a família Frank e mais outras 4 pessoas viveram escondidas por dois anos
Estante que servia de fachada para o anexo onde a família Frank e mais outras 4 pessoas viveram escondidas por dois anos

Mais tarde, juntaram-se a eles outros 4 judeus, Fritz Pfeffer, Hermann e Auguste van Pels e seu filho Peter. E assim 8 pessoas passaram a viver enclausuradas em um espaço pequeno onde não podiam falar alto, usar o banheiro de dia e nem pisar com força para não serem descobertos . Eles também não podiam abrir as janelas e nem sair do anexo. A vida no esconderijo durou por dois anos, período em que Anne Frank escreveu seu diário, após isso, eles foram denunciados à polícia. Até hoje não se sabe ao certo quem foi o autor da denúncia.

Banheiro do esconderijo. As pessoas só podiam usar o banheiro em horários em que o barulho da água escorrendo pelos canos não despertasse a atenção de outras pessoas.
Banheiro do esconderijo. As pessoas só podiam usar o banheiro em horários em que o barulho da água escorrendo pelos canos não despertasse a atenção de outras pessoas.

Os oito clandestinos e os quatro colaboradores que levavam comida, roupas e jornais para eles foram presos e enviados para diferentes campos de concentração. Na última sala do museu, há as cartas que Otto Frank, único sobrevivente que conseguiu sair vivo de Auschwitz, escreveu na tentativa de encontrar as filhas já mortas. Seu desespero é comovente e tocante, assim como tudo na casa e no anexo que serviu de esconderijo.

O esconderijo era dividido em ambientes
O esconderijo era dividido em ambientes

O Diário de Anne Frank foi publicado pela primeira vez nos Países Baixos em 1947 e até hoje já foi traduzido para mais de 60 línguas. Na loja do museu há exemplares a venda em diversos idiomas. Ela escreveu em seu diário tudo sobre a vida no anexo, retratando os sentimentos de isolamento dos clandestinos e a angústia e medo permanentes de serem descobertos. Sem dúvida, uma realidade bem dura, é difícil mesmo até imaginar como é viver enclausurado dessa forma por 2 anos e depois ainda serem denunciados.

www.annefrank.org/pt/

Esse foi um dos lugares que menos gostei na cidade, mas principalmente pela história triste.Não me senti bem lá dentro e tive até mesmo um pouco de falta de ar. Sai da casa abatida e impressionada com a triste realidade e perseguição que Anne Frank, sua família e seus amigos viveram e sofreram.

A casa foi aberta ao público em 1960. Foi um dos poucos museus na Europa que eu vi guia em português. É proibido fotografar, filmar e conversar no telefone dentro da casa. Na entrada as bolsas são revistadas por seguranças. Os cuidados não são exagerados. A estátua de Anne Frank que há em frente à casa já foi vítima de atentado de neonazistas.

O museu é aberto das 9:00 às 21:00 de abril a outubro. Nos demais meses fecha mais cedo, as 19:00. O valor do ingresso é €9,00 (valor para adulto). Apenas o Museumkaart permite a entrada gratuita. O cartão I Amsterdam City Card não é aceito pelo museu.

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